Não somos perfeitos, claro que não.
E não gostamos de quem seja, porque estaria acima de nós.
Preferimos sempre alguém igual a nós, aquele que senta num prego, ou
que vive com eterna dor de barriga.
Ainda preferimos àquele que confunde a geladeira com a escrivaninha.
E que nem sabemos o que ele guarda ou deposita na privada.
Preferimos pessoas igual a nós, que precisam de Terapia da Revitalização.
Temos total receio de nosso patrão que se acha um quase perfeito,
porque está por cima, estudou mais ou teve mais sorte.
Ele mesmo, que nunca reconhece nosso esforço.
E quando pensamos em pedir um simples aumento, ele está em constante “reunião”
E por que não comentar que muitas vezes estamos no limite de nossa
paciência e só não pedimos a conta por causa daquela secretária que
está louquinha por nós, ou a recepcionista que está afinzona.
E quantas vezes não caímos na tentação de ganhar na loteria e chutar o
traseiro de nosso chefe tão forte, quer precisaria do Resgate do SUS
para retirar o sapato nele.
Não fazemos isso, também esse desejo não sai do nosso pensamento.
Não admitimos alguém que não cometa alguns dos sete pecados capitais
ou que fuja da regra dos dez mandamentos.
Se pensarmos que nós fugimos dos instintos básicos do ser humano,
estamos enganados.
Quem de nós não sentiria inveja se passa nosso vizinho com um carrinho
2010 e com um sorriso debochante à nossa frente sabendo que nós temos
um humilde carro igual, só que dez anos mais velho?
Quem resistiria de não cair de boca numa farta mesa cheia das nossas
sobremesas preferidas?
Ninguém deseja a morte de ninguém, mas o que pensar daquela tia que
vivia longe, no exterior, que nunca conhecemos e nos deixa meio milhão
de dólares em herança?
Não pensaríamos que já estava na hora dela empacotar?
Comigo aconteceu isso há algum tempo e tive que emitir um comunicado à
família do acontecido.
Mandei fazer uns cartões expressando assim as minhas condolências:
“A tia Laura e eu, passamos para uma vida melhor”.
Reza um mandamento que não devemos cobiçar a mulher alheia.
Todos nós sabemos que mulher não é um objeto, por tanto ela não tem dono.
Posso afirmar isso com toda ciência, sendo que em minha juventude,
éramos sete amigos no bairro, e no começo de nossas vidas tivemos uma
noiva “comunitária”.
A Maria era uns dias de cada um, era emprestada entre todos nós.
Ela nos ensinou muitas coisas, a descobrirmos, as nossas preferências,
em fim, nós devemos muito à Maria.
Quando perguntávamos a ela se era a nós que ela mais amava, de sua
boca saiam tantas verdades igualzinho à água que jorra das fontes do
deserto.
Se pensarmos que nunca falhamos no mandamento de não cobiçar a casa do
teu próximo, estamos enganados.
Cobiçamos sim.
Ou não sabemos que em certos lugares isto é impossível de negar.
Quando vivi um ano na Hungria, na casa dos meus bis avós paternos,
tive que me mudar e procurar uma casa de aluguel por causa do espaço.
E quem disse que existiam casas para alugar?
Em absoluto, era impossível achar alguma.
Até que um dia vi um cara caindo de uma ponte e corri em sua direção.
Ele acabou se afogando, não foi possível salva-lo.
Então fusei em seus bolsos e achei um cartão com seu endereço, ai
corri para a imobiliária do bairro, a única existente, e disse que eu
queria alugar esse imóvel, que o inquilino tinha acabado de falecer.
Me responderam de imediato que isto era impossível, que a casa já
estava alugada.
Perguntei mais como? O cara acabou de morrer, quem poderia ter vindo
antes do que eu?
A funcionária me respondeu: -O cara que o empurrou da ponte!
Em fim, não gostamos mesmo de seres perfeitos, só nossos heróis em quadrinhos.
Agora não devemos deixar de pensar que num futuro será tentado
fabricar seres, tipo robô quase perfeitos.
Tal vez isto aconteça daqui muitos anos, quiçá antes ou depois da
quarta guerra mundial, aquela que será disputada só com paus e pedras.
Então teremos um desfile de robô serventes, ajudantes para todas as utilidades.
Existirão as ninfas-robô, as work-robô, as office-robô, os war-robô,
as sexy-robô e algumas mais que serão necessárias.
Imaginemos então um caso inédito que pode acontecer, uma situação do dia a dia.
O Sr. Manuel é mecânico de robô e é chamado um dia para uma pequena
manutenção num robô doméstico.
-Sr. Manuel, pode dar uma verificada no meu robô que vou dar uma saída?
-Pode deixar minha senhora, vou dar sim uma olhada em geral.
-Até logo Sr. Manuel, volto mais tarde.
-Então belezura qual é o seu nome?
-Gizele
-OK Giz, vou mexer um pouco em vc, pode?
-Pode sim.
-Olha, por que vc não começa me dando a combinação do cofre que estou vendo ali?
-Acesso negado senhor.
-Vai Giz, só os numerinhos!
-Impossível sem a senha senhor.
-E qual é a senha, catzo?
-Senha inválida senhor.
-Então tudo bem agora vamos brincar um pouco, vc é muito bonitinha sabe?
-Não estou preparada para brincar senhor, aconselho procurar uma play-robô.
-Não, vamos fazer algumas bobagens só.
-De que tipo senhor?
-Vamos fazer nhe-nhe.
-Não faço nhe-nhe senhor.
-Então vamos fazer glu-glu.
-Desconfio pelo seu tom de voz que o senhor deva procurar uma sex-robô.
-Não, é vc mesma.
-Não recomendo usar uma office-robô para suas pretensas intenções.
-Ah, vc cuida do escritório e foi programada para isso né?
Só que agora eu vou te ensinar alguns truques e outras utilidades, vem cá!!!
-Não aconselho fazer isso, é inadequado senhor.
-Que nada Gizele, vc vai me agradecer pela aula!!
Assim, assim, AAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII!!!!!!!
O QUE É ISSO GIZ????????
O que fizeram em vc?????????
Meu senhor isso ao qual se refere é um “apontador de lápis”
Só encostar o lápis que aponta automaticamente.
-Maledeta por que vc não me avisou?
-O senhor não perguntou.
-Quase acabaste com as jóias da família.
-Não sei que são as jóias da família.
-Esquece sua androidezinha biônica de uma figa!!!!!!
Em fim, esta é uma das historinhas que seria possível dentro do mundo
da cibernética que existirá sem dúvidas num futuro nem tão longínquo.
Teremos sim infinidade de máquinas quase perfeitas, com infinitas funções.
Só que existirá uma distância entre humanos e humanóides.
Os robôs poderão ter muitas atividades, mas nunca verdadeiros sentimentos.
Ai que está à diferença, nunca poderemos ama-los nem receber algum amor deles.
Novo Visual
A saúde nossa de cada dia.
Lamentei profundamente o desaparecimento físico do Glauco, exímio
desenhista e comentarista.
Sua crítica mordaz, inclusive política era de um aguçado requinte com
conhecimento de causa.
Não morre quem deixa uma mensagem tão grata quanto extensa e verdadeira.
Continuará vivo em nosso pensamento para sempre.
Na tentativa de pegar um pedacinho da cauda do cometa da imortalidade,
farei a minha caricatura, o meu costumeiro conto, cruel e tenebroso,
assim como crítico construtivo, irreverente e sagaz.
Passa-se numa cidadezinha perdida, no meio do nada, nalgum sertão
brasileiro, que chamaremos de Sertãolandia.
O posto de saúde dessa cidade fazia um tempo que estava inaugurado,
mas brilhava pela total inoperância e descaso permanente com os mais
necessitados.
Ainda o poder público não tinha descido ali para investigar, só que os
acontecimentos já estavam no conhecimento de muitos jornalistas que
decidiram investigar por conta própria Um jornal mandou uma repórter,
a jornalista Alice.
Chegando no local, se apresentou à diretora deste único hospital, uma
tal de Dra. Dólara.
-Bom dia Dra. Dolara, eu sou a Alice a jornalista e vim fazer a
matéria que tratei pelo telefone com a senhora.
-Bom dia Alice e não me confunda nada de Dolara, é DÓLARA minha filha, DÓLARA.
-Muito bem doutora, vim para saber a respeito de queixas existentes
sobre a cobrança indevida de serviços públicos deste hospital.
Aqui se cobra por fora algum tipo de serviço?
-Não minha filha, se cobra por dentro, não tem nada por fora.
-Como assim, a prefeitura não garante todas as despesas?
-Sim garante, agora quem garante as minhas despesas pessoais?
-Ai já é outro assunto doutora.
Nesse meio tempo chega um ferido grave e cabe à doutora atender e
fazer uma avaliação.
Uma jovem desesperada chega puxando o pai de um braço e clama por
atendimento urgente.
-Por favor doutora atenda o meu pai urgente!!
-Urgente? Hahaha, isto é algo difícil minha filha, vamos fazer uma
ficha primeiro, ver as condições dele.
-São péssimas doutora.
-Não falo de saúde e sim econômicas.
-Mas doutora veja a situação dele!!!!
-Não vejo nada de grave.
-Olhe nas costas por favor!!!
Quando a doutora se digna olhar as costas, vê uma faca enorme
encravada nas costas do cidadão e a camisa escorrendo uma mancha
vermelha gigante.
-Bem minha filha, deixa pegar a minha calculadora para ver o prejuízo.
-Calculadora doutora? Precisa é uma intervenção imediata!!!
-Sim claro, ...... costura.........esparadrapo.........limpar a
faca.........mil e quinhentos........vai gastar dois mil e quinhentos
reais minha querida.
-O que? Ninguém tem esse dinheiro!
-Se vira, vende algo, aceito cheque administrativo ou promissória com avalista.
-É impossível doutora
-Ah é?
Então nada feito, o próximo por favor!!!!!
-Doutora e a faca nas costas?
-Apontou pela frente no peito?
-Não doutora
-Então não é grave, nem pegou um órgão vital, agora me dá licença.
Nesse meio tempo chega uma enfermeira chamando aos gritos a diretora.
-Doutora Dólara, temos aqui uma emergência!!!
-Do que se trata?
-Olhe este cidadão na maca tem um machado incrustado na cabeça!!!
-Deixa ver, olha cara que maldade fizeram com você!!!!
Ta doendo muito?
-Ah...... ah...... ah......
-Quem cuida dele?
-Eu doutora, sou a esposa, teve uma briga no boteco da esquina e
fizeram essa truculência com o meu véio.
-Tem como gastar uns dois mil reais mais ou menos?
-Tem não doutora, somos todos pobres.
-Pobre não sabe quanto custa o material médico, olha vai à farmácia e
pede pra fazer um curativo.
-Mas doutora olha a situação dele!!!
-Não é ruim não, entende o que a gente fala, é porque não é grave.
Logo na sala dela, a jornalista Alice continua a entrevista
horrorizada com a atitude da doutora.
-Como pode deixar estas pessoas pra lá doutora?
Sem dinheiro não tem atendimento?
E a solidariedade humana, onde fica?
-Olha minha filha, quando vou aos congressos médicos em Paris,
Londres, não é a solidariedade humana que paga por isto nem as minhas
seis malas cheias de lembrancinhas.
Quando preciso azulejar a minha piscina também a solidariedade não me ajuda.
Você está me entendendo?
-Isso prova, mas não justifica ser desumana, e se o prefeito ficar sabendo?
-Aquele bofe? Hahahahahaha
Vai, vai contar pra ele e verás o resultado.
Olha, eu e ele somos a pinga e o limão, a bola e a caçapa.
Ele é a minha bola, querida bola!!!!
-E a senhora é a caçapa dele né?
Hahaha, como se atreve? hahahaha, quem deu permissão? hahahahahaha
-Isto pode chegar ao conhecimento público e ser instalada uma CPI.
-Que nada, ele é como uma árvore bem grande e forte, tem ramificações
que o sustentam.
-Que horror doutora, eu vi essas pessoas que chegaram quase morrendo e
não foram atendidas!
-Que nada, tudo isso é patranha, está cheio de fricote por ai, de
exageros e manhas.
-Mas o hospital não tem recursos?
-Tem sim, quem fornece material aqui é o meu primo, contrato sem
licitação, a limpeza do hospital igual, um cunhado do prefeito, tudo
sem licitação.
Só que temos que fazer o nosso pé de meia, você entende Alice?
-Estou tentando............ mas, não consigo.
Nesse meio tempo chega mais um acidentado e a diretora é chamada.
-O que foi desta vez?
-Doutora entrou este jovem com um cisco no olho e pediu para ser atendido.
Era um jovem com rosto e cabelo tipo Bread Pitch, com olhos e voz de
Elvis Presley.
-Doutora, entrou um cisco no meu olho e...
-Já vi, deixa que vou tirar...........pronto já está fora, agora
precisa de uma lenta recuperação.
-Mas eu não tenho dinheiro para ficar internado, eu sei que a senhora
cobra caro.
-Nada disso meu filho, você vai ficar em minha casa e eu vou cuidar
bem de você pessoalmente, não se preocupe com nada.
-Bem.............eu.........não sei.............
-É pra já, enfermeira providencie o translado deste rapaz em
ambulância pública até minha casa de forma urgente, é prioridade, por
favor!
Enquanto isso, Alice já não dava mais crédito aos seus olhos, acabara
de entender que o problema nesse hospital era mais grave do que
imaginava.
-Doutora, estou envergonhada do que vi, vou relatar isto como um caso
repulsivo, horrendo.
-Ah é? Então vai sua jornalista de meia tigela, com essa sua profissão
desacreditada, que nem mais precisa de diploma, vai contar que ninguém
vai acreditar!
-Quer dizer que eu não tenho diploma?
Que eu estou errada e senhora está certa?
Pessoas como a senhora envergonham nossa Nação.
Vou contar tudo aos jornais e prepare-se, farei a maior sarrafusca, o
maior pandemônio e zanguizarra.
Nos veremos em breve doutora, nos tribunais!
-Vai sua mangalaça, sua inepta, incompetente, ninguém vai acreditar em
suas historias!!!
-Tal vez não acreditem em minha palavra, agora em tudo que filmei com
minha máquina escondida, ahhhhh sim, claro que vão acreditar!!!!!
-Sua frescalhona, sua viçosa! VOÇÊ ME PAGA!
Bem, para Alice foi um aprendizado, o caos, a crise existe em muitos organismos.
Só que primeiramente devemos erradica-lo do coração humano.
desenhista e comentarista.
Sua crítica mordaz, inclusive política era de um aguçado requinte com
conhecimento de causa.
Não morre quem deixa uma mensagem tão grata quanto extensa e verdadeira.
Continuará vivo em nosso pensamento para sempre.
Na tentativa de pegar um pedacinho da cauda do cometa da imortalidade,
farei a minha caricatura, o meu costumeiro conto, cruel e tenebroso,
assim como crítico construtivo, irreverente e sagaz.
Passa-se numa cidadezinha perdida, no meio do nada, nalgum sertão
brasileiro, que chamaremos de Sertãolandia.
O posto de saúde dessa cidade fazia um tempo que estava inaugurado,
mas brilhava pela total inoperância e descaso permanente com os mais
necessitados.
Ainda o poder público não tinha descido ali para investigar, só que os
acontecimentos já estavam no conhecimento de muitos jornalistas que
decidiram investigar por conta própria Um jornal mandou uma repórter,
a jornalista Alice.
Chegando no local, se apresentou à diretora deste único hospital, uma
tal de Dra. Dólara.
-Bom dia Dra. Dolara, eu sou a Alice a jornalista e vim fazer a
matéria que tratei pelo telefone com a senhora.
-Bom dia Alice e não me confunda nada de Dolara, é DÓLARA minha filha, DÓLARA.
-Muito bem doutora, vim para saber a respeito de queixas existentes
sobre a cobrança indevida de serviços públicos deste hospital.
Aqui se cobra por fora algum tipo de serviço?
-Não minha filha, se cobra por dentro, não tem nada por fora.
-Como assim, a prefeitura não garante todas as despesas?
-Sim garante, agora quem garante as minhas despesas pessoais?
-Ai já é outro assunto doutora.
Nesse meio tempo chega um ferido grave e cabe à doutora atender e
fazer uma avaliação.
Uma jovem desesperada chega puxando o pai de um braço e clama por
atendimento urgente.
-Por favor doutora atenda o meu pai urgente!!
-Urgente? Hahaha, isto é algo difícil minha filha, vamos fazer uma
ficha primeiro, ver as condições dele.
-São péssimas doutora.
-Não falo de saúde e sim econômicas.
-Mas doutora veja a situação dele!!!!
-Não vejo nada de grave.
-Olhe nas costas por favor!!!
Quando a doutora se digna olhar as costas, vê uma faca enorme
encravada nas costas do cidadão e a camisa escorrendo uma mancha
vermelha gigante.
-Bem minha filha, deixa pegar a minha calculadora para ver o prejuízo.
-Calculadora doutora? Precisa é uma intervenção imediata!!!
-Sim claro, ...... costura.........esparadrapo.........limpar a
faca.........mil e quinhentos........vai gastar dois mil e quinhentos
reais minha querida.
-O que? Ninguém tem esse dinheiro!
-Se vira, vende algo, aceito cheque administrativo ou promissória com avalista.
-É impossível doutora
-Ah é?
Então nada feito, o próximo por favor!!!!!
-Doutora e a faca nas costas?
-Apontou pela frente no peito?
-Não doutora
-Então não é grave, nem pegou um órgão vital, agora me dá licença.
Nesse meio tempo chega uma enfermeira chamando aos gritos a diretora.
-Doutora Dólara, temos aqui uma emergência!!!
-Do que se trata?
-Olhe este cidadão na maca tem um machado incrustado na cabeça!!!
-Deixa ver, olha cara que maldade fizeram com você!!!!
Ta doendo muito?
-Ah...... ah...... ah......
-Quem cuida dele?
-Eu doutora, sou a esposa, teve uma briga no boteco da esquina e
fizeram essa truculência com o meu véio.
-Tem como gastar uns dois mil reais mais ou menos?
-Tem não doutora, somos todos pobres.
-Pobre não sabe quanto custa o material médico, olha vai à farmácia e
pede pra fazer um curativo.
-Mas doutora olha a situação dele!!!
-Não é ruim não, entende o que a gente fala, é porque não é grave.
Logo na sala dela, a jornalista Alice continua a entrevista
horrorizada com a atitude da doutora.
-Como pode deixar estas pessoas pra lá doutora?
Sem dinheiro não tem atendimento?
E a solidariedade humana, onde fica?
-Olha minha filha, quando vou aos congressos médicos em Paris,
Londres, não é a solidariedade humana que paga por isto nem as minhas
seis malas cheias de lembrancinhas.
Quando preciso azulejar a minha piscina também a solidariedade não me ajuda.
Você está me entendendo?
-Isso prova, mas não justifica ser desumana, e se o prefeito ficar sabendo?
-Aquele bofe? Hahahahahaha
Vai, vai contar pra ele e verás o resultado.
Olha, eu e ele somos a pinga e o limão, a bola e a caçapa.
Ele é a minha bola, querida bola!!!!
-E a senhora é a caçapa dele né?
Hahaha, como se atreve? hahahaha, quem deu permissão? hahahahahaha
-Isto pode chegar ao conhecimento público e ser instalada uma CPI.
-Que nada, ele é como uma árvore bem grande e forte, tem ramificações
que o sustentam.
-Que horror doutora, eu vi essas pessoas que chegaram quase morrendo e
não foram atendidas!
-Que nada, tudo isso é patranha, está cheio de fricote por ai, de
exageros e manhas.
-Mas o hospital não tem recursos?
-Tem sim, quem fornece material aqui é o meu primo, contrato sem
licitação, a limpeza do hospital igual, um cunhado do prefeito, tudo
sem licitação.
Só que temos que fazer o nosso pé de meia, você entende Alice?
-Estou tentando............ mas, não consigo.
Nesse meio tempo chega mais um acidentado e a diretora é chamada.
-O que foi desta vez?
-Doutora entrou este jovem com um cisco no olho e pediu para ser atendido.
Era um jovem com rosto e cabelo tipo Bread Pitch, com olhos e voz de
Elvis Presley.
-Doutora, entrou um cisco no meu olho e...
-Já vi, deixa que vou tirar...........pronto já está fora, agora
precisa de uma lenta recuperação.
-Mas eu não tenho dinheiro para ficar internado, eu sei que a senhora
cobra caro.
-Nada disso meu filho, você vai ficar em minha casa e eu vou cuidar
bem de você pessoalmente, não se preocupe com nada.
-Bem.............eu.........não sei.............
-É pra já, enfermeira providencie o translado deste rapaz em
ambulância pública até minha casa de forma urgente, é prioridade, por
favor!
Enquanto isso, Alice já não dava mais crédito aos seus olhos, acabara
de entender que o problema nesse hospital era mais grave do que
imaginava.
-Doutora, estou envergonhada do que vi, vou relatar isto como um caso
repulsivo, horrendo.
-Ah é? Então vai sua jornalista de meia tigela, com essa sua profissão
desacreditada, que nem mais precisa de diploma, vai contar que ninguém
vai acreditar!
-Quer dizer que eu não tenho diploma?
Que eu estou errada e senhora está certa?
Pessoas como a senhora envergonham nossa Nação.
Vou contar tudo aos jornais e prepare-se, farei a maior sarrafusca, o
maior pandemônio e zanguizarra.
Nos veremos em breve doutora, nos tribunais!
-Vai sua mangalaça, sua inepta, incompetente, ninguém vai acreditar em
suas historias!!!
-Tal vez não acreditem em minha palavra, agora em tudo que filmei com
minha máquina escondida, ahhhhh sim, claro que vão acreditar!!!!!
-Sua frescalhona, sua viçosa! VOÇÊ ME PAGA!
Bem, para Alice foi um aprendizado, o caos, a crise existe em muitos organismos.
Só que primeiramente devemos erradica-lo do coração humano.
O duelo.
O tordilho batia cascos num trote largo que, às vezes,
quase virava em galope...
Era sempre assim.
O cavalo e ele sabiam de cor e salteado o caminho de volta aos pagos.
Por vezes, parecia até que o matungo adivinhava seus pensamentos:
O rumo do rancho, ao pé do cerro grande.
O abraço da china velha, largo em saudade.
O amor sem idade, no coração feliz. O alvoroço dos piás,
catando caramelos nos bolsos fundos das suas bombachas.
A festa dos cuscos das casas, lhe esperando na porteira.
As lembranças batiam cascos num trote largo que, às vezes, quase virava
em galope... Finado Amarante, antes de se tornar
finado, era tropeiro. Diz que dos mais afamados daquelas bandas, desde
o arroio Ibirocai até a costa do Toropasso. Na verdade, era apenas
mais um em terra de muitos e bons tropeiros. Sabia disso, mas gostava
por demais da sua lida. Nunca extraviara um bicho sequer em anos e
anos de idas e vindas tocando tropas por diante. A china velha,
zelosa, volta e meia rezingava com ele dizendo que tinha mais cuidados
com o gado do que com ele próprio. Mas, esse era o seu trabalho e isso
era a sua vida. E nem sol de fogo ou chuva de pedra. Nem seca braba ou
enchente grande. Nada detinha sua sina de entregar a tropa ao dono,
gorda e sã de lombo. Pois, mais do que seu ofício, era sua obrigação!
O orgulho batia cascos num trote largo que, às vezes,
quase virava em galope... Finado Amarante, antes de se
tornar finado, acostumara-se à rotina das tropas. Ao ritual chucro das
reses. Ao berro triste do gado. Nunca fizera outra coisa em seus
cinqüenta e pico de anos. Mas, esse era o seu mundo e só assim era
feliz. Tropa entregue no destino e mais uma missão cumprida.
"No mas", era dar de rédeas ao tordilho e repisar o caminho de volta ao
aconchego dos seus, qual ave voltando ao ninho. O rumo do rancho.
O abraço da china. O alvoroço dos piás. A festa dos cuscos.
A saudade batia cascos num trote largo que, às vezes, quase virava
em galope... Agora, mais uma vez, voltara a ser patrão
do seu tempo. A chuvarada de ontem transformara-se em garoazita de
molhar bobo. E bueno, ele e o tordilho já eram vaqueanos dessas
cruzadas de varar enchente a nado. Os dois conheciam bem os segredos e
mistérios dos arroios da querência. Artérias pulsantes da pampa,
serpenteando pelos campos, matando sede de bicho e gente, cumprindo
sua singela sina de levar vida aos rios. Finado
Amarante, antes de se tornar finado, aprendera a respeitar os arroios
para assim poder vencê-los. Sabia bem onde morava o perigo dos
redemoinhos e seus abraços traiçoeiros. Os mapas das correntezas com
seus atalhos profundos e seus caprichos fatais. Conhecia cada arroio
da querência como a palma calejada da sua mão. Naquele mesmo dia, já
bandeara o Carumbé e suas tantas armadilhas feitas de pedras e águas.
Já cruzara o Pindaí - um fiapo d'água nas seca, mas um gigante na
enchente - que sabe se fingir de manso para afogar um vivente.
Só lhe faltava varar o velho arroio Toropasso. Com seu Passo
do Lajeado estrebuchando de água. Despontando além do mato. Furioso,
invadindo campos. Voraz, devorando cercas. Na força da correnteza a
mesma força da tropa. O arroio era o tropeiro!
A enchente batia cascos num trote largo que, às vezes, quase virava em
galope... Pensou em apear do pingo e esperar mais um
pouco. Pitar um ou dois palheiros, até as águas se amansarem.
Total, já estava tão perto e o rancho era logo ali. Ah! Mas a saudade foi
mais forte do que o medo da enchente... Mal convidou o tordilho e já
se meteram n'água, velhos parceiros que eram de varar arroio a nado e
sair do outro sem nem molhar os pelegos! A enchente
batia cascos num trote largo que, às vezes, quase virava em galope...
Uns dizem que foi descuido. Outros, que foi coragem
demais. E alguns até condenaram as águas do Toropasso onde o finado
Amarante de saudade se afogou. Restou a cruz de madeira no Passo do
Lajeado, meio escondida na sombra dos espinilhos e touceiras de
unha-de-gato, lembrando o último duelo entre o arroio e o tropeiro,
num fim de tarde de Agosto. E até hoje, somente a
china velha com seu coração de viúva sabe, mais do que ninguém, que o
arroio não teve culpa.
quase virava em galope...
Era sempre assim.
O cavalo e ele sabiam de cor e salteado o caminho de volta aos pagos.
Por vezes, parecia até que o matungo adivinhava seus pensamentos:
O rumo do rancho, ao pé do cerro grande.
O abraço da china velha, largo em saudade.
O amor sem idade, no coração feliz. O alvoroço dos piás,
catando caramelos nos bolsos fundos das suas bombachas.
A festa dos cuscos das casas, lhe esperando na porteira.
As lembranças batiam cascos num trote largo que, às vezes, quase virava
em galope... Finado Amarante, antes de se tornar
finado, era tropeiro. Diz que dos mais afamados daquelas bandas, desde
o arroio Ibirocai até a costa do Toropasso. Na verdade, era apenas
mais um em terra de muitos e bons tropeiros. Sabia disso, mas gostava
por demais da sua lida. Nunca extraviara um bicho sequer em anos e
anos de idas e vindas tocando tropas por diante. A china velha,
zelosa, volta e meia rezingava com ele dizendo que tinha mais cuidados
com o gado do que com ele próprio. Mas, esse era o seu trabalho e isso
era a sua vida. E nem sol de fogo ou chuva de pedra. Nem seca braba ou
enchente grande. Nada detinha sua sina de entregar a tropa ao dono,
gorda e sã de lombo. Pois, mais do que seu ofício, era sua obrigação!
O orgulho batia cascos num trote largo que, às vezes,
quase virava em galope... Finado Amarante, antes de se
tornar finado, acostumara-se à rotina das tropas. Ao ritual chucro das
reses. Ao berro triste do gado. Nunca fizera outra coisa em seus
cinqüenta e pico de anos. Mas, esse era o seu mundo e só assim era
feliz. Tropa entregue no destino e mais uma missão cumprida.
"No mas", era dar de rédeas ao tordilho e repisar o caminho de volta ao
aconchego dos seus, qual ave voltando ao ninho. O rumo do rancho.
O abraço da china. O alvoroço dos piás. A festa dos cuscos.
A saudade batia cascos num trote largo que, às vezes, quase virava
em galope... Agora, mais uma vez, voltara a ser patrão
do seu tempo. A chuvarada de ontem transformara-se em garoazita de
molhar bobo. E bueno, ele e o tordilho já eram vaqueanos dessas
cruzadas de varar enchente a nado. Os dois conheciam bem os segredos e
mistérios dos arroios da querência. Artérias pulsantes da pampa,
serpenteando pelos campos, matando sede de bicho e gente, cumprindo
sua singela sina de levar vida aos rios. Finado
Amarante, antes de se tornar finado, aprendera a respeitar os arroios
para assim poder vencê-los. Sabia bem onde morava o perigo dos
redemoinhos e seus abraços traiçoeiros. Os mapas das correntezas com
seus atalhos profundos e seus caprichos fatais. Conhecia cada arroio
da querência como a palma calejada da sua mão. Naquele mesmo dia, já
bandeara o Carumbé e suas tantas armadilhas feitas de pedras e águas.
Já cruzara o Pindaí - um fiapo d'água nas seca, mas um gigante na
enchente - que sabe se fingir de manso para afogar um vivente.
Só lhe faltava varar o velho arroio Toropasso. Com seu Passo
do Lajeado estrebuchando de água. Despontando além do mato. Furioso,
invadindo campos. Voraz, devorando cercas. Na força da correnteza a
mesma força da tropa. O arroio era o tropeiro!
A enchente batia cascos num trote largo que, às vezes, quase virava em
galope... Pensou em apear do pingo e esperar mais um
pouco. Pitar um ou dois palheiros, até as águas se amansarem.
Total, já estava tão perto e o rancho era logo ali. Ah! Mas a saudade foi
mais forte do que o medo da enchente... Mal convidou o tordilho e já
se meteram n'água, velhos parceiros que eram de varar arroio a nado e
sair do outro sem nem molhar os pelegos! A enchente
batia cascos num trote largo que, às vezes, quase virava em galope...
Uns dizem que foi descuido. Outros, que foi coragem
demais. E alguns até condenaram as águas do Toropasso onde o finado
Amarante de saudade se afogou. Restou a cruz de madeira no Passo do
Lajeado, meio escondida na sombra dos espinilhos e touceiras de
unha-de-gato, lembrando o último duelo entre o arroio e o tropeiro,
num fim de tarde de Agosto. E até hoje, somente a
china velha com seu coração de viúva sabe, mais do que ninguém, que o
arroio não teve culpa.
O mate do alemão.
Foi lá por aquele tempo em que o Uruguai era banhado e o Imperador
andava caçando pinto com boleadeira de sabugo, que chegaram ao Rio
Grande os primeiros colonos. O parador grande era pelos costados de
Porto Alegre, mas em pouco tempo a alemoada foi-se desgarrando, até
dar no que se vê hoje: se esparramaram por tudo quanto foi rincão, se
misturaram lindo com os nossos, e já existe muito guri tirante a índio
- cabelo negro e liso - mas pintando no azul dos olhos o sangue das
Orópias. Por sinal, o primeiro alemão que estourou por estes pagos foi
um lombilheiro, alto como vôo de corvo, magro como solitária, arisco
como galinha-d'água e sério como tamanco. E lombilheiro bueno, le
digo! Saía cada pintura de apêro que só vendo! Mas, se o homem tinha
a idéia clara para fazer lombilhos, andava de mal com a inteligência
no que tocava a falar a nossa língua. Oigale engrolação dos diabos! E
bem que tinha interesse em aprender: perguntava isto, indagava o nome
daquilo, forcejava por repetir certo, forcejava... forcejava... mas
era o mesmo que querer tirar leite de vaca machorra. Pra o causo, o
professor dele era um piasote, filho da viúva Fagundes. E le digo, não
podia estar pior servido, pois se havia guri alarife neste mundo
estava ali! Olho vivo e pata ligeira, sabia logo encontrar o lado de
chegar, em tudo. Mas trabalhador, que era! Desde novito foi fazendo
pela vida - a viúva, com a morte do Januarinho, ficara mais pobre do
que rato de igreja - e no despontar o buço já ajudava lindo nas
despesas da casa. Lá um belo dia deixou o pago, e quando voltou foi
sempre distribuindo plata, arrendou uma boa extensão de campo, e
trazia a mãe sempre retovada de vestido lindo. No fundo, era um
sujeito bom como remédio... Mas - isto não! nunca deixou de ser
trarbuzana!... Pra fechar um salseiro não estava com voltas! Nem pra
levantar uma china na garupa, nos rancherios da Faxina, debulhando
ferro com os retalhados que se sentiam picados! Saia cada berzabum que
nem le conto!... Mas eu sei dizer é que terminou um homem rico e
respeitado. Terminou sendo, o “coronel” Fagundes, tronco dessa
Fagundada toda das bandas do Salso. Mas veja você que já estou me
espichando que nem minhoca em terra lavrada. Voltemos ao causo do
alemão... Como eu dizia o Neco - naquele tempo nem se pensava que
ainda ia ser um dia o “coronel” Fagundes - era o ordenança do
estranja. Logo que o lombilheiro chegou a esta vila já começou a se
encher dos cobres - trabalhava mui bem! -, e o Neco tratou de ir se
enfiando como pulga em costura. Foi prestando um servicinho aqui,
outro ali, como quem não quer nada, e daí a uns dias o alemão lhe
empregava de fiche. No começo era entregador de encomendas, limpador
de casa e o mais; mas já depois de um mês era meio capataz do negócio:
com ele é que a freguesia se entendia, pois o alemão não bispava nada
em nossa fala. E o Neco se aproveitava disso, imagine, e muito se
divertia à custa do patrão. Lhe pegava cada trote, na maciota,
caborteiro, que só vendo!... Mas lá um belo dia se saiu mal com uma de
suas brincadeiras; foi despedido, e por pouco que o alemão não lhe
passou o relho. Por sinal que a cousa só veio a furo muito tempo
depois do sucedido, quando o lombilheiro começou a entender bem a
nossa língua, e descobriu que tudo não passara de artes do guri. Eu le
conto... Notando que a gauchada e todo o pessoal da vila costumava
tomar uma certa bebida por um canudinho de metal, numa cuia, o alemão
ficou curioso e foi logo pedir explicações ao ordenança. - Ma-te! -
respondeu o Neco, separando bem as sílabas pra o ruivo entender. -
Ma-te ou chi-ma-rrão. Isto aqui é a cuia... isto a bomba... isto a
erva... - O cuia, o pompa, o errfa... - repetia, interessado, o
lombilheiro. E lá seguiam as explicações, arrastadas como muchacho e
repetidas como sermões de padre. Pra finalizar, disse o moleque: - ...
e quando a gente não quer mais, é só dizer “mais quente!”. Entendeu? -
Iá! Iá! - Repita, então. - Mais quente... mais quente... mais
quente... - Muito bem! - o guri mostrava os dentes, já gozando as
conseqüências daquilo tudo, e rematava: - Está pronto, agora, pra
experimentar um chimarrão! No domingo seguinte, o lemão foi visitar a
um dos moradores da vila, o bolicheiro Souza, seu melhor freguês e
revendedor prá peonada das estâncias vizinhas. Apresentações da mulher
e filharada, embrulho de palavras, risadas sem que nem pra que, todos
procurando resolver da melhor maneira possível aquele problema de
“conversar” com o alemão. E lá ficou a família na sala, sem saber o
que fazer. Foi quando, para descanso de todos, e especial alegria da
visita, surgiu uma criada com o mate. Chegava o esperado momento do
ruivo experimentar um amargo! Entusiasmado, o alemão levou a bomba aos
lábios, foi chupando despacito, provando, tomando gosto e... gostou!
Lá veio mais uma cuia, outra, mais outra, e quando o ruivo chegava
pela décima resolveu parar. Atenciosamente, virou-se para a criada e
falou: - Mais quente... A criada não esperou um instante: logo pegou
da chaleira e retirou-se da sala. Mas eis que, pra espanto do alemão,
daí a pouco voltava, alcançando-lhe novamente a cuia do amargo. “Deve
ser um costume da terra tomar mate duas vezes” - pensou o alemão, na
língua dele. E, sorridente, resolveu seguir o tal costume. Mas uns
dois mates, e novamente ele se curvava, respeitoso, e agradecia: -
Mais quente!... Foi um espanto geral. O dono da casa sorriu, sem
jeito, e procurou contornar aquela situação embaraçosa mostrando ao
visitante umas esporas prateadas que enfeitavam a sala, relíquia da
família. E ficou sorrindo por fora... pois lá por dentro de roí de
vontade de mandar o alemão tomar mate mais quente na terra dele.
Enquanto isso, chaleira na mão, a empregada se retirava, estabanada,
da varanda. “Veja só que alemão sem-vergonha! - pensava. - Vem tomar
mate na casa dos outros, e achando sempre ruim, sempre frio, e mais
quente e mais quente!... Espera, que eu te dou “Mais Quente!”.
Passados minutos, retornava a chinoca, oferecendo um novo mate à
visita. O alemão olhou a cuia, olhou a criada, olhou o dono da casa,
tornou a olhar para a cuia, e, sem entender muito daquilo, resolveu
tomar o último chimarrão. Mas, mal tocou os lábios na bomba, e já
saltava do banco, urrando de dor, olhos saltando das órbitas. E
gritando e chingando, numa falatéia que ninguém entendia, envolveu a
empregada com um olhar transbordante de ódio: - Prassileirro purra! -
gritou. - Mais quente! MA-IS QUENTE, oufiu? Enquanto o bolicheiro
olhava espantado aquela cena, e a criada saía correndo da varanda, o
alemão batia a porta da frente com estrondo. E lá se foi pela rua
afora, gritando sempre. Nunca mais apareceu na casa do amigo... e
nunca mais tomou um chimarrão...
andava caçando pinto com boleadeira de sabugo, que chegaram ao Rio
Grande os primeiros colonos. O parador grande era pelos costados de
Porto Alegre, mas em pouco tempo a alemoada foi-se desgarrando, até
dar no que se vê hoje: se esparramaram por tudo quanto foi rincão, se
misturaram lindo com os nossos, e já existe muito guri tirante a índio
- cabelo negro e liso - mas pintando no azul dos olhos o sangue das
Orópias. Por sinal, o primeiro alemão que estourou por estes pagos foi
um lombilheiro, alto como vôo de corvo, magro como solitária, arisco
como galinha-d'água e sério como tamanco. E lombilheiro bueno, le
digo! Saía cada pintura de apêro que só vendo! Mas, se o homem tinha
a idéia clara para fazer lombilhos, andava de mal com a inteligência
no que tocava a falar a nossa língua. Oigale engrolação dos diabos! E
bem que tinha interesse em aprender: perguntava isto, indagava o nome
daquilo, forcejava por repetir certo, forcejava... forcejava... mas
era o mesmo que querer tirar leite de vaca machorra. Pra o causo, o
professor dele era um piasote, filho da viúva Fagundes. E le digo, não
podia estar pior servido, pois se havia guri alarife neste mundo
estava ali! Olho vivo e pata ligeira, sabia logo encontrar o lado de
chegar, em tudo. Mas trabalhador, que era! Desde novito foi fazendo
pela vida - a viúva, com a morte do Januarinho, ficara mais pobre do
que rato de igreja - e no despontar o buço já ajudava lindo nas
despesas da casa. Lá um belo dia deixou o pago, e quando voltou foi
sempre distribuindo plata, arrendou uma boa extensão de campo, e
trazia a mãe sempre retovada de vestido lindo. No fundo, era um
sujeito bom como remédio... Mas - isto não! nunca deixou de ser
trarbuzana!... Pra fechar um salseiro não estava com voltas! Nem pra
levantar uma china na garupa, nos rancherios da Faxina, debulhando
ferro com os retalhados que se sentiam picados! Saia cada berzabum que
nem le conto!... Mas eu sei dizer é que terminou um homem rico e
respeitado. Terminou sendo, o “coronel” Fagundes, tronco dessa
Fagundada toda das bandas do Salso. Mas veja você que já estou me
espichando que nem minhoca em terra lavrada. Voltemos ao causo do
alemão... Como eu dizia o Neco - naquele tempo nem se pensava que
ainda ia ser um dia o “coronel” Fagundes - era o ordenança do
estranja. Logo que o lombilheiro chegou a esta vila já começou a se
encher dos cobres - trabalhava mui bem! -, e o Neco tratou de ir se
enfiando como pulga em costura. Foi prestando um servicinho aqui,
outro ali, como quem não quer nada, e daí a uns dias o alemão lhe
empregava de fiche. No começo era entregador de encomendas, limpador
de casa e o mais; mas já depois de um mês era meio capataz do negócio:
com ele é que a freguesia se entendia, pois o alemão não bispava nada
em nossa fala. E o Neco se aproveitava disso, imagine, e muito se
divertia à custa do patrão. Lhe pegava cada trote, na maciota,
caborteiro, que só vendo!... Mas lá um belo dia se saiu mal com uma de
suas brincadeiras; foi despedido, e por pouco que o alemão não lhe
passou o relho. Por sinal que a cousa só veio a furo muito tempo
depois do sucedido, quando o lombilheiro começou a entender bem a
nossa língua, e descobriu que tudo não passara de artes do guri. Eu le
conto... Notando que a gauchada e todo o pessoal da vila costumava
tomar uma certa bebida por um canudinho de metal, numa cuia, o alemão
ficou curioso e foi logo pedir explicações ao ordenança. - Ma-te! -
respondeu o Neco, separando bem as sílabas pra o ruivo entender. -
Ma-te ou chi-ma-rrão. Isto aqui é a cuia... isto a bomba... isto a
erva... - O cuia, o pompa, o errfa... - repetia, interessado, o
lombilheiro. E lá seguiam as explicações, arrastadas como muchacho e
repetidas como sermões de padre. Pra finalizar, disse o moleque: - ...
e quando a gente não quer mais, é só dizer “mais quente!”. Entendeu? -
Iá! Iá! - Repita, então. - Mais quente... mais quente... mais
quente... - Muito bem! - o guri mostrava os dentes, já gozando as
conseqüências daquilo tudo, e rematava: - Está pronto, agora, pra
experimentar um chimarrão! No domingo seguinte, o lemão foi visitar a
um dos moradores da vila, o bolicheiro Souza, seu melhor freguês e
revendedor prá peonada das estâncias vizinhas. Apresentações da mulher
e filharada, embrulho de palavras, risadas sem que nem pra que, todos
procurando resolver da melhor maneira possível aquele problema de
“conversar” com o alemão. E lá ficou a família na sala, sem saber o
que fazer. Foi quando, para descanso de todos, e especial alegria da
visita, surgiu uma criada com o mate. Chegava o esperado momento do
ruivo experimentar um amargo! Entusiasmado, o alemão levou a bomba aos
lábios, foi chupando despacito, provando, tomando gosto e... gostou!
Lá veio mais uma cuia, outra, mais outra, e quando o ruivo chegava
pela décima resolveu parar. Atenciosamente, virou-se para a criada e
falou: - Mais quente... A criada não esperou um instante: logo pegou
da chaleira e retirou-se da sala. Mas eis que, pra espanto do alemão,
daí a pouco voltava, alcançando-lhe novamente a cuia do amargo. “Deve
ser um costume da terra tomar mate duas vezes” - pensou o alemão, na
língua dele. E, sorridente, resolveu seguir o tal costume. Mas uns
dois mates, e novamente ele se curvava, respeitoso, e agradecia: -
Mais quente!... Foi um espanto geral. O dono da casa sorriu, sem
jeito, e procurou contornar aquela situação embaraçosa mostrando ao
visitante umas esporas prateadas que enfeitavam a sala, relíquia da
família. E ficou sorrindo por fora... pois lá por dentro de roí de
vontade de mandar o alemão tomar mate mais quente na terra dele.
Enquanto isso, chaleira na mão, a empregada se retirava, estabanada,
da varanda. “Veja só que alemão sem-vergonha! - pensava. - Vem tomar
mate na casa dos outros, e achando sempre ruim, sempre frio, e mais
quente e mais quente!... Espera, que eu te dou “Mais Quente!”.
Passados minutos, retornava a chinoca, oferecendo um novo mate à
visita. O alemão olhou a cuia, olhou a criada, olhou o dono da casa,
tornou a olhar para a cuia, e, sem entender muito daquilo, resolveu
tomar o último chimarrão. Mas, mal tocou os lábios na bomba, e já
saltava do banco, urrando de dor, olhos saltando das órbitas. E
gritando e chingando, numa falatéia que ninguém entendia, envolveu a
empregada com um olhar transbordante de ódio: - Prassileirro purra! -
gritou. - Mais quente! MA-IS QUENTE, oufiu? Enquanto o bolicheiro
olhava espantado aquela cena, e a criada saía correndo da varanda, o
alemão batia a porta da frente com estrondo. E lá se foi pela rua
afora, gritando sempre. Nunca mais apareceu na casa do amigo... e
nunca mais tomou um chimarrão...
Curiosaidades / Piadas
O sol caia na tarde e tingia o céu com um manto sanguinolento.
Dum amarelo claro à púrpura cintilante.
Bem lá no horizonte a meia bola dum vermelho vivo diminuía lentamente
até desaparecer.
Me pergunto, como faríamos para apreciar esse quadro por muito mais
tempo, durante horas?
Seria possível?
Claro sim, e sem fotografias, ao vivo mesmo.
Se nós estivéssemos voando num avião supersônico na direção do sol, na
linha do equador a uma velocidade de 1674 km. por hora, não veríamos o
sol se por.
Ele pararia no lugar que está.
E algo mais curioso, pasmem, se a nossa velocidade for superior a
essa, o sol se deslocaria em sentido contrário.
Ele voltaria para traz, na direção contrária usual.
Um passe de mágica?
Não, é que nós estaríamos indo a uma velocidade maior do que a rotação
da terra, e teríamos que possuir um relógio especial, porque as horas
estariam indo para atrás.
Esta seria uma forma estranha de voltar no tempo, estaríamos retrocedendo.
Que tal lançar a formula do rejuvenescimento?
Bem, outro caso curioso que nos ensinou Albert Einstein respeito à
Teoria da Relatividade.
Suponhamos que um dia eu conseguisse viajar à Marte na velocidade da
luz, a 300.000 km. por hora.
Para recorrer os 60 milhões de kmt. que nos separam do planeta,
demoraría uns 3,3 minutos na ida.
Mais o mesmo tempo para a volta.
Agora você está me olhando com telescópio e acompanhando a viagem.
Até ai tudo bem.
Agora imaginemos a hipótese de que eu conseguisse voar ao dobro da velocidade.
Ou seja, em 3,3 minutos eu teria ido e voltado ao seu lado.
Você estaria me vendo ir, porque a velocidade da vista acompanha a luz
do foguete.
E antes de você me ver chegando, eu já estaria há 3 três minutos ao seu lado.
Algo incrível não?
Só na cabeça dos loucos que passa essas idéias.
Agora o melhor do dia, e sentar para rir da piada do argentino, muito
boa por sinal.
sem preconceito...eheheheheh
Um avião caiu na floresta.
Restaram apenas três sobreviventes: um indiano, um judeu e um argentino.
Caminhando entre as árvores da grande floresta, encontraram uma
pequena casa e pediram para passar a noite.
O dono da casa disse:
- Minha casa é muito pequena, posso acomodar somente duas pessoas. Um
terá que dormir no curral.
O hindu respondeu:
- Eu dormirei no curral, sou indiano e hinduísta, necessito praticar o bem.
Após uns 30 minutos, batem à porta da casa.
Era o indiano, que disse:
- Não posso ficar no curral.
Lá tem uma vaca, que é um animal sagrado.
Eu não posso dormir junto a um animal sagrado.
Então o judeu respondeu:
- Eu dormirei no curral.
Somos um povo muito humilde e sem preconceitos.
Após uns 30 minutos, batem à porta da casa.
Era o judeu, que disse:
- Não posso ficar no curral.
Lá tem um porco, que é um animal impuro.
Eu não posso dormir junto a um animal que não seja puro.
Então, o argentino, 'muy chateado da vida', aceitou dormir no curral.
Após uns 30 minutos, batem à porta da casa.
Eram o porco e a vaca.
hehehheehehe
Dum amarelo claro à púrpura cintilante.
Bem lá no horizonte a meia bola dum vermelho vivo diminuía lentamente
até desaparecer.
Me pergunto, como faríamos para apreciar esse quadro por muito mais
tempo, durante horas?
Seria possível?
Claro sim, e sem fotografias, ao vivo mesmo.
Se nós estivéssemos voando num avião supersônico na direção do sol, na
linha do equador a uma velocidade de 1674 km. por hora, não veríamos o
sol se por.
Ele pararia no lugar que está.
E algo mais curioso, pasmem, se a nossa velocidade for superior a
essa, o sol se deslocaria em sentido contrário.
Ele voltaria para traz, na direção contrária usual.
Um passe de mágica?
Não, é que nós estaríamos indo a uma velocidade maior do que a rotação
da terra, e teríamos que possuir um relógio especial, porque as horas
estariam indo para atrás.
Esta seria uma forma estranha de voltar no tempo, estaríamos retrocedendo.
Que tal lançar a formula do rejuvenescimento?
Bem, outro caso curioso que nos ensinou Albert Einstein respeito à
Teoria da Relatividade.
Suponhamos que um dia eu conseguisse viajar à Marte na velocidade da
luz, a 300.000 km. por hora.
Para recorrer os 60 milhões de kmt. que nos separam do planeta,
demoraría uns 3,3 minutos na ida.
Mais o mesmo tempo para a volta.
Agora você está me olhando com telescópio e acompanhando a viagem.
Até ai tudo bem.
Agora imaginemos a hipótese de que eu conseguisse voar ao dobro da velocidade.
Ou seja, em 3,3 minutos eu teria ido e voltado ao seu lado.
Você estaria me vendo ir, porque a velocidade da vista acompanha a luz
do foguete.
E antes de você me ver chegando, eu já estaria há 3 três minutos ao seu lado.
Algo incrível não?
Só na cabeça dos loucos que passa essas idéias.
Agora o melhor do dia, e sentar para rir da piada do argentino, muito
boa por sinal.
sem preconceito...eheheheheh
Um avião caiu na floresta.
Restaram apenas três sobreviventes: um indiano, um judeu e um argentino.
Caminhando entre as árvores da grande floresta, encontraram uma
pequena casa e pediram para passar a noite.
O dono da casa disse:
- Minha casa é muito pequena, posso acomodar somente duas pessoas. Um
terá que dormir no curral.
O hindu respondeu:
- Eu dormirei no curral, sou indiano e hinduísta, necessito praticar o bem.
Após uns 30 minutos, batem à porta da casa.
Era o indiano, que disse:
- Não posso ficar no curral.
Lá tem uma vaca, que é um animal sagrado.
Eu não posso dormir junto a um animal sagrado.
Então o judeu respondeu:
- Eu dormirei no curral.
Somos um povo muito humilde e sem preconceitos.
Após uns 30 minutos, batem à porta da casa.
Era o judeu, que disse:
- Não posso ficar no curral.
Lá tem um porco, que é um animal impuro.
Eu não posso dormir junto a um animal que não seja puro.
Então, o argentino, 'muy chateado da vida', aceitou dormir no curral.
Após uns 30 minutos, batem à porta da casa.
Eram o porco e a vaca.
hehehheehehe
Nossos filhos.
Uma batida insistente na porta do banheiro me fez sair do quarto às
pressas pra ver o que estava acontecendo.
Chegando lá vejo algo inusitado, minha filha Jane com uns seis aninhos
na época, tinha prendido a empregada no banheiro trancando a porta por
fora com o fecho.
Ai escutei –Abre a porta menina!!!
E minha filha respondendo: -Quem é?
-Sou eu, como quem é?
-E o que vc quer?
-O que está acontecendo gente, perguntei?
-Sr. Enrique sua filha me trancou aqui dentro do banheiro!
E a Jane insistindo,
-Se vc não falar quem é não vou abrir!
-Chega de brincadeira filha, abre essa porta, eu lhe disse.
Coitada a moça era muito boazinha, só que sofria na mão da impiedosa Jane.
Tinha que agüentar as jericadas e o gênio esquisito dela, que não sei
de quem puxou.
Chegando o fim do ano a levamos conosco para conhecer Uruguai.
Em dezembro toda aquela correria, bota mala no carro, leva o cachorro
pra vizinha e lá nós partia em nosso Dodge Magnum para fazer nossos
dois mil e duzentos kilômetros.
Porque naquela época carros de quatro cilindros eram muito fracos para viajar.
Não tinha ignição eletrônica, eram poucos cavalos de força.
Aliás nem cavalos deveriam ter, só burros, pois eram muito lerdos.
Lembro na estrada a mesma Jane, pediu para parar o carro que queria ir
ao banheiro.
Eu lhe disse que não poderíamos parar nesse momento, que esperasse
chegarmos num posto com restaurante, que seria ideal.
Bem, nalguns minutos chegamos lá e disse agora sim, podes descer.
Ai ela respondeu muito brava: -Não quero mais, agora já passou a vontade!!
Eu nunca vi passar a vontade sozinha, até hoje me pergunto mas como???
E ai fomos embora, ninguém quis descer do carro.
Menina geniosa, em fim era até divertida com suas ocorrências.
Hoje em dia, as viagens já eram.
Os carros , já foram
As crianças cresceram e cuidam dos seus próprios filhos.
O tempo passou, sim e como passou rápido.
Só que não está todo perdido, me contento hoje em dia de ver a missão cumprida.
Fico em casa, recebi a sogra hoje para almoçar com maior prazer.
Depois quando sozinhos, nós dois contamos as anedotas, rimos do que
foi e rimos muito mais do que poderia ter sido e não foi.
Acho que temos algo em comum, a nossa pródiga imaginação.
Ligamos o som no último volume e com nossa gigantesca caixa escutamos
Rock Metal.
Ai tudo vibra, as contas de luz despencam da estante, os velhos fecham
as janelas, os meninos dos vizinhos nos acompanham no ritmo imitando
guitarras pois eles adoram.
YEAH!!!!! É a vida acontecendo, que continua sim nas suas etéreas vibrações!!!
Pois é, poucas coisas ficam junto da gente depois de algum tempo.
Uma delas são os amigos.
E devemos cuida-los e trata-los bem.
São como plantas, que se não as regamos, morrem.
E o melhor, são incondicionais, poderemos guarda-los até o fim de nossos dias.
pressas pra ver o que estava acontecendo.
Chegando lá vejo algo inusitado, minha filha Jane com uns seis aninhos
na época, tinha prendido a empregada no banheiro trancando a porta por
fora com o fecho.
Ai escutei –Abre a porta menina!!!
E minha filha respondendo: -Quem é?
-Sou eu, como quem é?
-E o que vc quer?
-O que está acontecendo gente, perguntei?
-Sr. Enrique sua filha me trancou aqui dentro do banheiro!
E a Jane insistindo,
-Se vc não falar quem é não vou abrir!
-Chega de brincadeira filha, abre essa porta, eu lhe disse.
Coitada a moça era muito boazinha, só que sofria na mão da impiedosa Jane.
Tinha que agüentar as jericadas e o gênio esquisito dela, que não sei
de quem puxou.
Chegando o fim do ano a levamos conosco para conhecer Uruguai.
Em dezembro toda aquela correria, bota mala no carro, leva o cachorro
pra vizinha e lá nós partia em nosso Dodge Magnum para fazer nossos
dois mil e duzentos kilômetros.
Porque naquela época carros de quatro cilindros eram muito fracos para viajar.
Não tinha ignição eletrônica, eram poucos cavalos de força.
Aliás nem cavalos deveriam ter, só burros, pois eram muito lerdos.
Lembro na estrada a mesma Jane, pediu para parar o carro que queria ir
ao banheiro.
Eu lhe disse que não poderíamos parar nesse momento, que esperasse
chegarmos num posto com restaurante, que seria ideal.
Bem, nalguns minutos chegamos lá e disse agora sim, podes descer.
Ai ela respondeu muito brava: -Não quero mais, agora já passou a vontade!!
Eu nunca vi passar a vontade sozinha, até hoje me pergunto mas como???
E ai fomos embora, ninguém quis descer do carro.
Menina geniosa, em fim era até divertida com suas ocorrências.
Hoje em dia, as viagens já eram.
Os carros , já foram
As crianças cresceram e cuidam dos seus próprios filhos.
O tempo passou, sim e como passou rápido.
Só que não está todo perdido, me contento hoje em dia de ver a missão cumprida.
Fico em casa, recebi a sogra hoje para almoçar com maior prazer.
Depois quando sozinhos, nós dois contamos as anedotas, rimos do que
foi e rimos muito mais do que poderia ter sido e não foi.
Acho que temos algo em comum, a nossa pródiga imaginação.
Ligamos o som no último volume e com nossa gigantesca caixa escutamos
Rock Metal.
Ai tudo vibra, as contas de luz despencam da estante, os velhos fecham
as janelas, os meninos dos vizinhos nos acompanham no ritmo imitando
guitarras pois eles adoram.
YEAH!!!!! É a vida acontecendo, que continua sim nas suas etéreas vibrações!!!
Pois é, poucas coisas ficam junto da gente depois de algum tempo.
Uma delas são os amigos.
E devemos cuida-los e trata-los bem.
São como plantas, que se não as regamos, morrem.
E o melhor, são incondicionais, poderemos guarda-los até o fim de nossos dias.
A entrevista
Dias atrás, no cumprimento do meu dever, tive que visitar a loja
Daslu, para recolher uma encomenda.
Encostei a moto no local de carga e descarga, aos fundos da loja, com
quatro guardas munidos de radio-receptor.
Aguardei 30 minutos a chegada de uma madame, e nada.
Pedi ao guarda ligar para ela, porque nós, simples mortais, a serviço
em duas rodas não temos o direito de ir falar pessoalmente com os
donos das lojas.
Ai ela respondeu para esperar cinco minutos, que já vinha.
Passaram mais 40 minutos e nada.
Enquanto isso, assistia belos carros importados, Mercedes Benz que
nunca tinha visto antes.
E também belas moças, uma mais bonita que outra.
Comentei com um guardinha que se mostrou simpático, -Belos carros heim?
Ele respondeu, -Isso não é nada, não esqueça que vc está na portaria
dos funcionários, tudo que passa por aqui são empregados.
-Nossa!!! Exclamei, e como são então os carros dos clientes?
Ele respondeu: -Muito melhores!!!
Também reparei que entre tantas moças bonitas, todas funcionárias, não
tinha nenhuma de cor, nada de mulatas nem negrinhas.
Já imaginava que isto seria assim, e de uma forma bem descarada.
Restos da escravatura que ainda vivem latentes em nosso Brasil.
Os brancos da Hight Society que não aceitam serem atendidos por
negros, ainda seus escravos, no inconsciente de muitos.
A escravatura foi abolida no papel, mas não de fato. Ainda permanece
viva na consciência de muitos seres, principalmente daqueles que nadam
na opulência, e seus ancestrais mantinham uma grande população de
escravos.
Tem tradições que se transmitem nos genes, se herdam.
A escravidão está latente ainda na cabeça de muitos seres humanos, e o
pior, que se orgulham disso.
Uma lei não foi suficiente para apagar os traços daninhos que se
acumularam por séculos na alma e no coração de muitos.
Não me senti chateado nem inferior pelo que vi, se essa era a intenção
dos organizadores desta parafernália toda, no fim sou um trabalhador,
de origem humilde, “sem parentes importantes no exterior”
Até trabalhei na fera para comprar o meu pão, acordei de madrugada
para vender balas no trem.
Depois de mais de uma hora e tanto, avisei a firma que estava indo
embora, que a dona não se prontificou em me atender.
Com certeza que quando avisaram a ela via radio que o motoboy a estava
esperando, não se dignou em me dar atenção. Era como se um cachorro
estivesse passando.
Só que antes de me marchar, perguntei pro carinha legal, o guardinha,
se tinham algum departamento que contratava motoboy, porque para
ganhar dinheiro, é melhor trabalhar para um rico do que para dez
pobres.
A experiência já me ensinou isto, mesmo sendo um fato lamentável.
Ele disse-me que existia um departamento que administra as cinqüenta
lojas existentes e os mais de mil funcionários.
É uma agência interna, contratada, com toda aparência de estrangeira.
Eu fui lá, me apresentei e marquei uma entrevista para daqui uns dias.
No dia marcado me apresentei.
Uma branquela com ares de dona do mundo me atendeu e perguntou:
-Vaga para motoboy o Sr. procura?
-Sim madame isso mesmo.
-Vou-lhe por em contato com o nosso diretor de RH, o Sr Hermannn, e
desde já lhe antecipo que não são convenientes palavras de baixo calão
nem linguajar chulo, ele não aceita.
Ela pensou rápido, com esta minha profissão, que outra coisa se poderia esperar?
Está muito mal conceituada esta minha raça, nunca ela imaginaria que
eu escrevo no Boteco do balaio e me relaciono com pessoas pra lá de
cultas e inteligentes.
-Bom dia Sr. Hermann, prazer em conhece-lo!!
-Pode sentar, replicou sem olhar para o meu rosto.
Vamos preencher esta ficha, já tenho alguns dos seus dados aqui
comigo, deixa ver, só faltam alguns detalhes que a secretaria não
completou.
O seu grau de instrução?
-Pra lá de bom senhor.
-Formado no exterior?
-Não senhor, no interior mesmo, na faculdade da vida.
-Vamos ver outros detalhes.........sexo...........
-Uma vez por semana senhor.
-Não, não me referia a esse motivo.
Falando nisso, este questionário é extremamente sigiloso, fique tranqüilo.
Então como definiria o seu comportamento sexual, hetero, bi,
metrosexual, ou algum outro?
-Nessa vou de metro senhor!!
O cara que parecia alimentado a milk shake aplicado direto na veia, me
olhou com olhar arregalado de espanto, com essa sua cara branca que
nem bum bum de alemão.
O seu semblante anglo-saxônico estava cada vez mais exasperante.
-A sua religião?
-Não tenho ainda.
-Não faz mal, eu também não.
-É o que imaginei.
-Algum parente de cor, homossexual, alguém já foi preso em sua família?
Então explodi, essa pergunta era a gota que faltava para derramar o
meu copo e destilar o meu veneno.
-O que é que é isso? Uma brincadeira? Cadê as câmeras filmando, estão
à minha frente ou nas minhas costas?
Ai entendi, mais um tatu querendo me levar para o buraco.
Nesse preciso instante afundaram as minhas esperanças de me dar bem
com o sujeito e com a firma.
-Isso é relevante Sr. Hermann? Sim, eu sou branco mas, tenho o coração
de um preto.
-Como assim Sr. Enrique?
-Porque eu clamo pela liberdade, ou seja, a falta dela.
Ele disse: -O Sr. deveria entender que existem questões que são
fundamentais em nossa organização!
-O que é fundamental?
Fundamental é o amor aos seus semelhantes, ajudar ao próximo, a
convivência sem ódio nem preconceito.
Reclamo sim de vocês todos, que com o dinheiro que tem, não
conseguiram derrubar os muros da hipocrisia, da intolerância.
O senhor, com seu sotaque que parece mais o braço direito de Hitler,
uns dos que escaparam da punição, quer me ensinar o que é
“socialmente” aceito nesta sua firma?
O meu desejo agora é de fazer cocô bem aqui no meio desta sala.
Só não faço porque não estou com vontade.
E pode marcar ai no seu relatório, tenho quatorze cachorros PRETOS.
Tenho vários amigos da mesma cor.
E o Sr. também tem algo preto, a menos que o tenha pintado de branco.
-Sr. Enrique a nossa conversa está finalizada, pode-se retirar!!!
-Engano seu, a nossa conversa acabou desde o primeiro instante, quando
entrei por esta porta e lhe vi.
E pode aguardar mister Hermann que vou lhe trazer uma placa de
presente para pendurar em sua porta de entrada:
WHITE, WHITE & WHITE – THE BIG FDP.
Nesse mesmo instante tirei o meu blusão e mostrei a frente da minha
camiseta, escrito assim:
TEM UM CORNO ME OLHANDO!!
Quando virei de costas, não antes de reparar no olhar fulminante de
ódio dele, podia –se ler: E AINDA CONTINUA ME OLHANDO!!
Uma forte batida de porta encerrou a nossa entrevista e a minha
intenção de querer trabalhar com gente fina e sem alma.
Quem planta ventos, recolhe tempestades!!!
PRÓ INFERNO O ÓDIO RACIAL E O PRECONCEITO!!!
Por coincidência mesmo, quando sai, a secretaria me disse:
-Eu ouvi toda essa conversa, e gravei tudo, hehehe.
No terceiro dia recebi um e-mail:
Caro Sr. Enrique, solicitamos gentilmente a sua presença para
tratarmos assunto do seu interesse.
Assinado, Sr. Nicholas Jackson, Gerente de RH
Bem, parece que o Sr. Hermann se deu mal, dançou miudinho, sem música mesmo.
Vocês foram ao encontro?
Nem eu.
Oração do Motociclista de Cristo.
Senhor,
Hoje ao sair com minha moto, me lembrarei que contigo eu vou mais longe.
Não vou errar a estrada, pois tu és o meu caminho.
Não terei problemas com o motor, pois tu és a minha força.
Posso ficar sossegado quanto ao farol, pois tu és a Luz do mundo.
Se meu tanque esvaziar, lembrarei que tu és uma fonte inesgotável.
Se eu pegar chuva, lembrarei que tu és o meu abrigo.
Quando precisar frear, o Senhor me segurará nas Tuas mãos.
Quando me sentir cansado, lembrarei que tu me fazes repousar em verdes pastos.
Quando sentir fome, lembrarei que tu és o Pão da Vida.
Se eu sentir sede, não será um problema, pois tu és a Água Viva.
Nunca estarei sozinho, pois Tu Senhor nunca me deixarás, nem me abandonarás.
Não temerei os imprevistos, pois o Senhor é o meu pastor: nada me faltará.
Não temerei a enfermidade, pois o Senhor é o médico dos médicos.
Se alguém tentar me acusar, Tu és o Advogado dos advogados.
Por tudo isso Senhor, eu sei que contigo eu vou mais longe.
Um dia quando a estrada da vida terminar, deixarei a minha moto e Tu
me conduziras às mansões celestiais.
Amém!
***************************
***************************
MOTOCICLISTA, não beija, Ensina
MOTOCICLISTA, não entra, Invade
MOTOCICLISTA, não fica na fila, É VIP
MOTOCICLISTA, não aproveita, Curte
MOTOCICLISTA, não fica à toa, Fica de boa
MOTOCICLISTA, não é bando, É Família
MOTOCICLISTA, não fala, Dá o papo
MOTOCICLISTA, não sai junto, Fecha
MOTOCICLISTA, não chama, Convoca
MOTOCICLISTA, não aparece, Brota
MOTOCICLISTA, não é moda, É Religião
MOTOCICLISTA, não espera, Marca um 10
MOTOCICLISTA, não faz hang loose, Faz vida loka
MOTOCICLISTA, não dança, Arrasa
MOTOCICLISTA, não pega, Escolhe a dedo
MOTOCICLISTA, não estraga, Destrói
MOTOCICLISTA, não dirige, Pilota
MOTOCICLISTA, não bate, PQ é protegido por Deus
MOTOCICLISTA, não faz aniversário, Acumula kilometragem,
MOTOCILCISTA, não pede licença, Abre alas,
MOTOCICLISTA, não desfila, O povo pára pra ver!!!
MOTOCICLISTA !!!! Gosto de pessoas com a cabeça no lugar, de conteúdo
interno, idealismo nos olhos e dois pés no chão da realidade.
Gosto de gente que ri, chora, se emociona com uma simples carta, um
telefonema, uma canção suave, um bom filme, um bom livro, um gesto de
carinho, um abraço.
Gente que ama e curte saudades, gosta de amigos, ama os animais.
Admira paisagens, poeira e escuta.
Gente que tem tempo para sorrir bondade, semear perdão, repartir
ternuras, compartilhar vivências e dar espaço para as emoções dentro
de si, emoções que fluem naturalmente de dentro de seu ser!
Gente que gosta de fazer as coisas que gosta, sem fugir de
compromissos difíceis e inadiáveis, por mais desgastantes que sejam.
Gente que colhe, orienta, se entende, aconselha, busca a verdade e
quer sempre aprender, mesmo que seja de uma criança, de um pobre, de
um analfabeto.
Gente de coração desarmado, sem ódio e preconceitos baratos.
Com muito AMOR dentro de si.
Gente quem erra e reconhece, cai e se levanta, apanha e assimila os
golpes, tirando lições dos erros e fazendo redentora suas lágrimas e
sofrimentos.
Gosto muito de gente assim... e desconfio que é desse tipo de gente
que DEUS também gosta!
Incompetência médica.
Olhem se não é para desconfiar do conhecimento dum médico, às vezes
apostamos nele todos os cuidados, depositamos toda nossa confiança em
suas mãos e levamos um revés.
O caso aconteceu assim:
-Alô doutor Rosa bom dia!
A minha filha vai viajar e quero saber sobre a bactéria assassina,
que providencias se deve tomar.
-Que bactéria? Será a Legionella? A que matou o ministro Sergio Mendes?
-Não doutor é uma nova que está que nem artista de TV, fazendo a maior
fama na mídia.
-Ah sim, vc está falando da superbacteria KPC que deu em hospitais de
Brasília e S.P.
-Também não doutor, eu escutei bem claro, é a KCT
-Vc tem certeza disso?
-Claro doutor escutei varias vezes.
Será que ela trás muito mal estar e é perigosa?
-Bem, se for a que eu estou falando pode trazer infecção generalizada
por ser uma bactéria resistente a todos os antibióticos.
Agora essa que vc falou não é tão perigosa, só produz inchaço.
-Por muito tempo doutor?
-Não, geralmente por nove meses depois passa.
-É que ela vai apresentar uma obra de teatro no Paraná, na cidade de
Ponta Grossa.
O que devo recomendar para ela se cuidar?
-Meu Deus!!
Olha se a tua bactéria é a KCT e ainda de Ponta Grossa meu amigo,
essas são as mais perigosas.
vou recomendar a ela para levar uma caixa de preservativos e um
lubrificante, só isso.
-Que coisa doutor, te conheço há tanto tempo e vc me sai com uma
brincadeira, que falta de seriedade, de consideração.
-Amigo Enrique, me liga amanhã e te explico melhor, ta bom assim?
-Mas Rosa, que resposta é essa?
Pensas que sou moleque?
ROSA!!!.....................
DOUTOR!!!...............
É assim que acontece, médico mal informado não sabe dar uma explicação
para um amigo, imaginem só o que os pacientes devem sofrer na mão
dele.
Gente, fiquem bem informados e atentos, isso é essencial para preservar a saúde.
E cuidado com a bactéria assassina!!!
apostamos nele todos os cuidados, depositamos toda nossa confiança em
suas mãos e levamos um revés.
O caso aconteceu assim:
-Alô doutor Rosa bom dia!
A minha filha vai viajar e quero saber sobre a bactéria assassina,
que providencias se deve tomar.
-Que bactéria? Será a Legionella? A que matou o ministro Sergio Mendes?
-Não doutor é uma nova que está que nem artista de TV, fazendo a maior
fama na mídia.
-Ah sim, vc está falando da superbacteria KPC que deu em hospitais de
Brasília e S.P.
-Também não doutor, eu escutei bem claro, é a KCT
-Vc tem certeza disso?
-Claro doutor escutei varias vezes.
Será que ela trás muito mal estar e é perigosa?
-Bem, se for a que eu estou falando pode trazer infecção generalizada
por ser uma bactéria resistente a todos os antibióticos.
Agora essa que vc falou não é tão perigosa, só produz inchaço.
-Por muito tempo doutor?
-Não, geralmente por nove meses depois passa.
-É que ela vai apresentar uma obra de teatro no Paraná, na cidade de
Ponta Grossa.
O que devo recomendar para ela se cuidar?
-Meu Deus!!
Olha se a tua bactéria é a KCT e ainda de Ponta Grossa meu amigo,
essas são as mais perigosas.
vou recomendar a ela para levar uma caixa de preservativos e um
lubrificante, só isso.
-Que coisa doutor, te conheço há tanto tempo e vc me sai com uma
brincadeira, que falta de seriedade, de consideração.
-Amigo Enrique, me liga amanhã e te explico melhor, ta bom assim?
-Mas Rosa, que resposta é essa?
Pensas que sou moleque?
ROSA!!!.....................
DOUTOR!!!...............
É assim que acontece, médico mal informado não sabe dar uma explicação
para um amigo, imaginem só o que os pacientes devem sofrer na mão
dele.
Gente, fiquem bem informados e atentos, isso é essencial para preservar a saúde.
E cuidado com a bactéria assassina!!!
Lá em Dom Pedrito.
Lá em Dom Pedrito-RS, frente à praça, havia o Restaurante e
Churrascaria do Santinho.
E se alguém quisesse ver o velho brabo, mais furioso que gato embreado
em cano de bota, era só pedir fiado no seu estabelecimento comercial.
Certa feita um peão campeiro chamado Osorinho - um desses muitos que
perderam o ofício no campo, integrando o êxodo rural, e que acabaram
perdendo-se no povo e na canha , mamão como de costume, chegou,
sentou-se junto a uma mesa e mandou botar do bom e do melhor.
O vivente comeu um espeto corrido de dar água na boca, e bebeu do mais
fino e mais caro vinho.
Mas, na hora de pagar a conta o cara estava mais liso que bunda de sapo.
Um dos garçons, então, chamou o Santinho, que já chegou com a tranca
da porta na mão.
Osorinho, já sabendo o que iria lhe acontecer, com muito jeito pediu
ao Santinho:
- Chê! Só não me bate na cabeça, por causa da congestão!
Churrascaria do Santinho.
E se alguém quisesse ver o velho brabo, mais furioso que gato embreado
em cano de bota, era só pedir fiado no seu estabelecimento comercial.
Certa feita um peão campeiro chamado Osorinho - um desses muitos que
perderam o ofício no campo, integrando o êxodo rural, e que acabaram
perdendo-se no povo e na canha , mamão como de costume, chegou,
sentou-se junto a uma mesa e mandou botar do bom e do melhor.
O vivente comeu um espeto corrido de dar água na boca, e bebeu do mais
fino e mais caro vinho.
Mas, na hora de pagar a conta o cara estava mais liso que bunda de sapo.
Um dos garçons, então, chamou o Santinho, que já chegou com a tranca
da porta na mão.
Osorinho, já sabendo o que iria lhe acontecer, com muito jeito pediu
ao Santinho:
- Chê! Só não me bate na cabeça, por causa da congestão!
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