Balaio do Kotscho
21/12/2008 - 23:29 Enviado por: Enrique Andres

Bem, última postagem da semana, tudo mundo viajando……..
Acabei ficando em casa me deleitando com as opiniões dos blogueiros.
Muitos abriram os seus corações, expressaram os seus sentimentos mais profundos.
Senti pena, alegria e satisfação.
Aliás, vejo agora que a finalidade de nosso amigo Ricardo era esta mesma.
A exposição, a concordância ou discordância de idéias.
Só que isto foi mais além, selou amizades, informou, acercou pessoas.
Muitas vezes a política foi um divisor de águas entre prós e contras.
É assim que deve ser, no confronto e na diversidade, conheceremos o melhor.
A liberdade de pensamento e expressão são o campo mais fértil que existe para o amadurecimento das nossas idéias.
Agora, nesta época Natalina nosso pensamento deve se elevar ao festejo do nascimento daquele que acreditou nos homens, de Jesus.
Discórdias e diferenças ficam de lado dando lugar ao sentimento de irmandade.
Li publicações que me enterneceram, outras abalaram as minhas estruturas.
Tal vez o Balaio tenha atingido o seu resultado supremo, de nos emocionar.
Senti-me o Pequeno Polegar, entre tantos gigantes.
Mesmo assim não me intimidei.
Pensei, não sou um mar de intelecto, mas, no meu peito bate um coração.
E ele me diz agora que somos todos iguais, no sofrimento, na esperança e na fé.
Todos nós temos os nossos problemas para resolver.
Uns maiores, outros menores.
Mas uma coisa fica ciente, dentro deste Balaio a sorte corre por igual para todos, afortunados ou nem tanto.
Nos entendemos, nos conhecemos, nos compensamos.
Apaziguamos nosso sofrimento.
Na verdade encontramos a paz.
Na exposição dos nossos problemas achamos a compreensão e a nossa esperança continua viva, cada vez mais.
Para todos, os integrantes desta orquestra, aonde cada um tem a sua participação especial e também para o nosso grande regente e diretor Ricardo Kotscho, pai desta obra, desejo que tenham umas Boas Festas reunidos no seio familiar e que possamos continuar a crescer e enriquecer-nos neste Balaio, hoje, amanhã e sempre.
Abraço a todos e FELIZ 2010
01/12/2008 - 13:57
Blog do publicitário que virou moto-boy
Quem começou com isso foi o xará Noblat, decano dos blogueiros jornalistas, que sempre recomenda outros blogs aos leitores.
Também faço sugestões de vez em quando e hoje tenho a satisfação de apresentar a vocês Enrique Andres, um publicitário que virou moto-boy depois dos 60 e também escreve um blog:

http://motoboy1000.blogspot.com/

Dono de um texto muito bom, pedi que ele mesmo contasse a sua história de publicitário a moto-boy, quando o prefeito Gilberto Kassab implantou em São Paulo o Cidade Limpa e levou sua empresa à falência.
A seguir, seu relato:
Tive firma de Comunicação Visual durante os últimos 40 anos, a Artec Visual, sempre na Moóca. Dava para sustentar cinco filhos, um bom carro, uma casa confortável.
Só que, depois da lei do Cidade Limpa, foi uma verdadeira catástrofe.
Tudo parou de repente. Tive que mudar com a família para uma casinha pequena no Brás, numa vila.
Pensei até conversar em com o prefeito sobre esse problema, mas quando vi o tratamento que ele deu a um colega de profissão, aquela agressão verbal ridícula num posto de saúde, que me doeu n´alma, pensei: eu, heim? Ir lá para ser agredido ou preso?

Ele teve uma decisão descomedida, radical. Foi muito insensível com o ramo publicitário. Lembro que declarou friamente aos publicistas: -”Façam outra coisa ou mudem de cidade”. Que chances caberiam para mim, por exemplo, com 66 anos? Recomeçar a vida como e aonde?

Pois bem. Este drama não foi vivido só por mim, umas trinta mil pessoas sofreram com isso. Cada um tomou um rumo, eu fui tentar a vida como moto-boy. Minhas três filhas suplicaram para que eu mudasse de idéia.
Falei para elas que estava decidido, seria um guerreiro do asfalto.

Meus amigos estranharam esta mudança radical, aí expliquei:
-Gente, o status não enche a barriga. Eu tive uma profissão honesta toda a vida, agora ela está falida. Vou estudar agora?
Imagino que na próxima gestão, quem sabe com o PT na prefeitura daqui alguns anos, eles terão com certeza mais sensibilidade e consideração com os profissionais que ajudaram a erguer esta cidade. Um pouco mais de respeito.
O que posso mostrar aos meus filhos e netos hoje?
Que sou um ex-integrante de um clã proibido, dum time perdedor.
Passei de empresário conceituado a um insignificante moto-boy .
E confesso: o tratamento recebido dói mais do que os buracos nas ruas ou do que a falta de dinheiro no bolso.
Mesmo assim, procuro ser bom no que faço. Mantenho a minha dignidade e na resignação encontro a paz.

Se propaganda faz mal, que seria New York ou Las Vegas sem ela? Nada.


Acredito, entre outras coisas, que a vida de moto-boy nos deixa uma ensinança: olhar sempre para a frente, não reparar nos lados, confiar que tudo vai dar certo, prestar o máximo de atenção em tudo que se faz, ter reflexos rápidos e precisos.
Tudo isso estimula nossos sentidos, nos deixa mais atentos aos detalhes, formas, espaços, sombras, luzes.São poucas coisas, enfim, que nos dão uma lição e uma conduta de vida: ser práticos, objetivos e ter sempre fé, muita fé. E a confiança em Deus que tudo vai dar certo.
Estou à tuas ordens e muito agradecido pela oportunidade.

Recebe um abraço para ti e tua família que te cuida bem,
Enrique Andres

A minha mulher trabalhando em casa no seu Pet Shop
e criando os seus York Shire
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O carro que eu tinha

(que conseguir)
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Alguns dias atrás, eu e o meu chimarrão
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Meu neto Vitor
Pequeno grande homem
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Meu neto Kauan
Grande menino!
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Este é o Bidú, criado no interior
Bonitão né?
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O melhor moto boy de Sampa, equipado com
GPS, dois celulares, gravador e muita vontade
Cuesto ragazzo sono io!!
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Minha filha Shanny Christiane, formada em teatro no Macunaíma
estudante para apresentadora de TV
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Minha filha autora dos Ditados, a Jane Claudia,
publicitária
motoqueira, judoca, sem medo de lutar na vida.
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DITADOS

Minha filha Jane Claudia Segade, que não sei a quem puxou na família, pois eu sou um homem muito sério, me enviou uns ditados que achei óitimos e estou repasando.

Quem não aguenta mandinga, não carrega patuá

A diferênça entre um credor e um devedor, é que o primeiro tem uma memoria muito melhor.

Por maior que seja o buraco em que você se encontra, sorria porque por enquanto ainda não há terra em cima.

Só o CONTROL + S salva!

Eu ainda quero ser pobre um dia na vida, pois ser pobre todo dia é phoda!!

Sempre que possível, converse com um saco de cimento: Nesta vida só devemos acreditar naquilo que um dia pode ser concreto.

Você não quer mais leventar todos os dias e ver-se como o maior bobo? Quebre todos os espelhos da sua casa.

Não abuse do conhaque pois o fígado faz mal para a bebida.

Um médico que não é muito grande é um medicuzinho.

Solteiro, enquanto não encontra a sua própria mulher, vai se divertindo com a mulher dos outros.

Como CURIOSIDADE posso adiantar que o Brasil acabou de receber o Status de País livre da:
PNEUMOULTRAMICROSCOPICOSILICOVULCANOCONOCE.
Isto não é maravilhoso? Me deixou tão feliz!!

A juventude é uma doença passageira.

Homem velho, com uma mulher jóvem, bonita e gostosa, tem que andar sempre sem dinheiro. É a única forma de ficar duro.

Estava dirigindo e ao meu lado uma gostosona com baita de umas coxas, me pergunta se eu sei dirigir com uma mão só. Eu disse que sim, aí ela me respondeu:-Então limpa o nariz que está escorrendo meleca.

Bem, devido as recentes leis anti racistas, não é mais permitido dizer que a coisa está ficando preta, e sim , que está ficando afro-descendente.

Perguntaram ao Maguila:-Porque você não terminou a faculdade? No que ele respondeu:-Porque faltaram tijolos na obra.

Uma mulherona bonita aceita o convite de um carinha e saem juntos. Na hora H ela olha para o diminuto apéndice e dá risada do carinha, aí este responde:-Bem, o que importa não é o tamanho do barco se sim o balanço das ondas!!

Bem, depois deste suplício, suponho que vou receber um conselho dos leitores, vocês dirão para mim:-Enrique, vai se esterelizar para o bem da humanidade!!

Desejo uma WACKY WEEK para todos vocês (semana maluca)

POESIA

Há certas horas que não precisamos de um Amor...
Não precisamos da paixão desmedida...
Não queremos beijo na boca
E nem corpos se encontrar na
Maciez da cama...

Há certas horas que só queremos a mão no ombro,
O abraço apertado ou mesmo
O estar ali, quietinho ao lado...
Sem nada dizer...

Há certas horas, quando sentimos que
Estamos pra chorar, que desejamos
Uma presença amiga, a nos ouvir
Paciente, a brincar com a agente,
A nos fazer sorrir...

Alguém que ria de nossas piadas sem graça...
Que ache nossas tristezas as maiores do mundo...
Que nos faça elogios sem fim...
E que a pesar de todas essas mentiras úteis,
Nos seja de uma sinceridade inquestionável...

Que nos mande calar a boca ou
Evite-nos um gesto impensado...
Alguém que nos possa dizer:
Acho que você está errado, mas, estou do seu lado.
Ou alguém que apenas diga:
Sou seu amor! E estou aqui!

William Shakespeare

"Histórias"

O relato a seguir, é uma homenagem que presto para alguns seres incríveis.
Estão baseados na mais pura realidade, quem viveu lá nessa época pode confirma-los.
Algo pode ter sido omitido por esquecimento, mas nada foi acrescentado.

Era por volta de 1960, num bairro de Montevidéu, existia um grupo de moços, 25 a 30 anos, que viviam sempre num bar da esquina do Ombú.
Grupo muito unido, todos pela mesma profissão, "cafetões"
Nem se sabe quem tinha mais mulheres, mas eram varias para cada um.
Uma constante era aparecerem com as poderosas motocicletas Matchles, Norton ou Triumph 500 cilindradas.
Vocês podem achar que eram uns vagabundos, só que para o conceito em geral do bairro, não era bem assim. Para a maioria e parte da população, eles eram os homens valentes, destemidos. Enfrentavam no braço a quem quiser e não perdiam uma briga.

Eram muitas as aventuras vividas pelos "machões". Assuntos simples, eles se apresentavam como penetras em alguma festa que não eram convidados e ali permaneciam calmamente até que os proprietários se manifestavam em contra. Ajuntavam-se vários homens e tentavam por pra fora a "turma" dos não convidados. Primeiro nas palavras, depois na força. Para quê!!! Os três ou quatro valentes davam conta de toda a multidão. Eram crescidos na briga e na confusão. Tínhamos o Baby Caracciolo, o Pocholo e o Félix.
Os três tinham o tipo do Alexandre Frota, fortes, musculosos, sarados e valentões.
Também acrescento, nunca tiveram casos de desvios, problemas com mundanas, libidinagem ou coisa parecida. Naquela época não era coisa de homem posar nu ou se envolver em escândalos sexuais.
Na hora da briga o Baby ficava de costas para o Pocholo e aí era pau que comia, ninguém chegava perto e era cara tombando para todo lado. O mais interessante desta verídica história, é que nunca se ouviu falar em armas, nem de fogo nem brancas nem coloridas. Todas as questões eram resolvidas no muque, no braço.
Sempre existiu muita honra entre agressores e agredidos. Podiam quebrar mesas e cadeiras. Armas não eram apontadas por ninguém. O mesmo acontecia no trânsito, muitos conflitos, batidas, brigas mas, nunca nenhum tipo de arma apareceu.
A explicação de nossa admiração, de nosso bairro em geral era pelo seguinte:
Eles eram padrinhos do time de basquete Miramar. Em todas as partidas estavam presentes. Por mais está dizer que ganhavam sempre. A faixa de "Campeão" não saía da porta do clube na rua 4 de Julho. Se o jogo fosse mal, aí entrava a pressão da torcida, alguns queixos quebrados e no fim o time adversário afrouxava. Se os outros ganhassem, sabião o que lhes esperava na saída.
O resultado era nas cestas, não interessava se ouve ou não pressão.
A fama corria por toda a cidade, ninguém falava mal deles, eram simplesmente Os Valentões.
A mãe do Baby, a Loba, tinha sim alguma atividade presumivelmente ilícita, diziam que era falsificadora de documentos.
Às vezes que foram enviados alguns policiais a casa deles para tentar dete-los, ele ou a mãe dele, contam que saíram no braço e os policiais levaram a maior zurra. Não existia o costume como aqui em Brasil de policiais apresentarem armas por qualquer motivo. Prevalecia sim a força física. Nesse tipo de ocorrências, para suspeitos de desordem ou falsificação não se acostumava apresentar armas. Só em casos graves, como crimes de morte. O fato era que esse tipo de crime era difícil de acontecer na cidade. Latrocínios, assalto a mão armada, nunca se ouvia falar. Por esse motivo que não se utilizava quase às armas. Contavam que os policiais voltavam a delegacia e explicavam ao delegado que não foi possível deter o infrator, que ele simplesmente se negou à prisão.
E quem a mão limpa tinha coragem de enfrentá-lo? Quatro o seis policial não era suficiente para dominar a fera.
A delegacia do bairro não dispunha de mais elementos para mandar.
Cidade pequena é assim, existe truculência mas, não mediante armas e sim a força física.
Eu, como vizinho e não participante dessas histórias, sentia mistura de medo, respeito e admiração ao passar por eles.
Limitava-me a um simples -Hola! que me era retribuído, em paz.
Quem não poderia sentir admiração por esses caras? Os comentários corriam soltos, toda semana casos de desafios, brigas, confusões aonde sempre tinham os mesmos resultados. Nossos valentes do bairro triunfavam sempre frente a outras torcidas.
Muitas brigas se intensificaram por causa do time de basquete, muitos participantes eram chamados para defender a honra do time contrário. Mas nossos valentes, que também tinham sua turma grande e brava, davam o maior castigo a quem quisesse enfrentá-los. A defesa de nosso time Miramar, querido e admirado por todo o bairro fez desses campeões da confusão uns ídolos imbatíveis, queridos e admirados. Não interessava tanto o meio de vida deles, seus vícios ou costumes. Na porta do bar, o Mundial, a "barra" ficava à toa dia inteiro, jogando bilhar, apostando cuspidas, a ver quem conseguia ir mais longe, apostavam números de placa dos veículos que apareciam na esquina. Em fim, o nada para fazer era uma constante.
Nunca incomodaram nenhum vizinho e diga-se de passo, as drogas não existiam nessa época e nesse lugar.
Eu com vinte anos nunca tinha ouvido falar da marihuana ou outras coisas.
Aliás, ouvi falar com 26 anos aqui em S.Paulo. Bem, a população daqui é 60 vezes maior e tudo acontece mais rapidamente.
Na realidade, todo mundo gosta de heróis, de super-homens. Os americanos adoram Mike Tyson, mesmo que já respondeu vários processos e foi um delinquente juvenil.
As pessoas são induzidas a admirar àqueles que são um potentado de força, coragem, e valentia.
Pode ser que foram homens do bem ou do mal, mesmo assim serão sempre nossos heróis.

Balaio do Kotscho

05/12/2008 - 21:43 Enviado por: Enrique Andres

Oh Ricardo, aonde vc vai parar? A tua matéria tem 800 comentários, e vem +
Aproveita que estas na fazenda, e vai ser bom assim atrás da orelha da égua!!!

Pessoal, não quero me aprofundar em cálculos e números, porque isso é trabalho para os técnicos.Quero dar uma humilde opinião de Zé Povão, aquele que não acompanha índices mas, descobriu há tempo que a sua panela não fica mais vazia, que seu filho freqüenta melhor escola, que mesmo sendo pobre pobre, alguém lá de cima se lembra que ele existe, é não e Deus, é um homem igual a ele, sofrido e trabalhador. De origem humilde, infância castigada, que sabe dar valor a quem nada tem. Que chora ao teu lado, hombro a hombro tuas tristezas, que ri contigo de tuas alegrias e conquistas.
Faz 40 anos que vejo políticos prometerem.O Lula também prometeu.Só que ele cumpriu, é a única diferença.Eu mexo com público, conheço expressões, quando vi os olhos de Lula a primeira vez como candidato, pensei de imediato. Pôxa, esse cara está falando verdades. Tem uma conversa correta e é sincero. Agora vemos que, além disso, sempre foi coerente, fiel à suas promessas e princípios. O que muda num bom político e um mal político é a sua vontade. Não resolve uma pessoa ser formada, falar várias línguas se suas intenções não forem das melhores. Quem manda é o caráter, nada mais.Lula tem isso de sobra, não interessa sua formação acadêmica ou outros estudos, interessa sim sua postura, sua ideologia, sua coragem de realizar as suas obras e mudanças, não se importando com a mídia opositora, os Virgílios da vida e os antas que o negam. Sorte que não passam de 7%O povo quer Lula de novo porque Lula é povo. E ele tem que nos escutar.Temos esse direito, como povo, de colocar na cadeira presidencial quem bem nós acharmos.Só se ele não quiser.Alguém lembra das festas de posse dele? Foram as mais populosas, mais festivas e aplaudidas.As pessoas choravam de alegria e esperança. Queriam ver em seu Presidente, o sonho convertido em realidade.Ele está fazendo jus à suas promessas, retribuindo ao povo inteiro o carinho que ele recebeu. Esse brasileiro está escrevendo a maior e mais bela historia contemporânea deste país.E escrita não com sangue, senão com paz, com justiça social, com ordem, com progresso e com muito amor à sua pátria.Ele é um grande patriota, um pacificador, reconhecido e invejado no mundo inteiro. Desta vez sim, temos o Presidente que merecemos. Eu tiro o meu chapéu pra ele e digo: Obrigado Lula! Contamos com você no próximo mandato!!

Carta resposta

06/12/2008 - 21:14 Enviado por: Enrique Andres
Caro Diógenis,teve o impulso de responder ao seu comentário de pessoas “formadas”Sem desvalorizar as formaturas, claro que não.Nosso Presidente não é um homem formado, isto é de conhecimento público, mas, ele se vale de homens e mulheres formadas, para orquestrar este gigantesco país com muito sucesso, ainda bem.Com o mesmo tapa de pelica e respeitosamente falando, não faço apologia a burrice ou despreparo, quero deixar constância de infinitos exemplos de pessoas não formadas, ou melhor, formadas na universidade da vida. Muito artistas de renome nacional, no cinema, na TV, não possuem título algum, nem por isto deixam nada a desejar.Se olharmos para traz, na historia, Napoleão, Alexandre o Grande, Átila, César, e outros tantos personagens que quase conquistaram o mundo sem cursos especializados. Mesmo que não tinha faculdade na época.A sua afirmação é subjetiva, parcial, tendenciosa e relativa.Não se desmerecem grandes homens pela sua carência de títulos. Quem é bom já nasce. Os grandes mestres da música clássica são imortais. Quantos dele fizeram faculdade de música?Quem comanda um alto posto sem faculdade, é porque têm valores pessoais superiores aos normais, que nenhum título honorífico poder-lhe-ia proporcionar.O desconforto dos “formados” é notório e evidente, assim como o preparo físico poderia transformar pessoas em homens grandes, jamais em grandes homens.Espero a sua grata compreensão.

Meu netinho e eu

06/12/2008 -Historinha
Bem, já falou-se de tudo neste Balaio, acho que deve estar no fim, então farei um breve comentário que não atrapalhará ninguém. Até que o Ricardo nos envie outro assunto de destaque para comentarmos.Eu queria falar de…….esperem um pouquinho, é que hoje estou com o meu netinho que a mãe dele achou por bem deixar com o seu avô para cuidar. Já mexeu no meu teclado.O motivo que queria destacar é o papel da oposição dentro de um governo democrático.Todos sabemos que…….Ricardinho!!! o que você está fazendo menino? Tira esse dedo daí!!! A mamãe não falou já que não era para por…..e ainda cheiras?Vai no quintal brincar com o gatinho, vai!!!Eu não quero maltratar esse menino, depois cresce revoltado, traumatizado e é capas de entortar sua mente, pensar em ideologias direitistas, neoliberais, ultraortodoxas ou golpistas. Pior se eu bater na cabeça dele e depois ele virar um paranóico, debilóide ou um cronista da oposição.Como dizia, a oposição é o fiel da balança, que mostra quanto mais sucesso faz o governo mas forte eles latem. E a lei da sobrevivência. Ninguém quer desaparecer. Nem os que vivem de forma errada. O Chaves tem oposição e não é pequena, pois tem o financiamento dos poderosos. O Evo Morales também, a oligarquia, as forças ocultas, ou não tão ocultas, geram uma terrível oposição, capaz de balançar o seu governo.O Fidel tem oposição, só que está sob controle. Ninguém lá tem nada a oferecer que possa supera-lo. Só se aparecer um louco declamando:-Vamos vender a ilha para os EEUU!!Opositores mercenários, apátridas em todo lugar tem.Esperem um pouquinho…..Ricardinho!!! o que você fez no banheiro??? Ahhhh não!!!Gente,…… me parece que esta terra abençoada, este São Paulo da garoa acabou de ganhar um novo PINTOR / DECORADOR. Nem vou relatar porque sou um homem moderado, mas vou dar uma dica, ele fez na parede o mesmo que o FHC fez com o país.Seu porcalhão!!!Desta vez você vai apanhar!!! Não quero nem saber se vais virar um DEMoníaco quando crescer. Só que agora estou ocupado. Me faz lembrar mas tarde de te por de castigo.Estou louco que chegue segunda feira, pegar a minha motoca e sair pelo Sampa fora, fazer o meu tour e ainda ganhar um din din por cima.Deixa os meus patrões saberem disto que me rebaixam o salário pela metade.E o pior que eu vou aceitar. Continuaremos em outra, beijo a todos.

Historinha

NO TEMPO DO PH

Há muito, muito tempo atrás, num lugar distante, cujo nome não me lembro, existia um povoado, que tinha escolhido um rei, por incrível que pareça, das camadas mais pobres. Acharam que ele era um lutador bravo, destemido e digno de ocupar o posto de rei.
A população começou aos poucos a acostumasse com ele, a gostar, pois ele reinava com sabedoria, dava oportunidades a quem precisava.
Viu que em seu reinado existia muita miséria e aí ele sensibilizado ordenou que fosse destinada uma ajuda para tirar essas pessoas da pobreza, até elas se enveredarem por um caminho melhor. Assim foi feito. Muitas pessoas começaram a comer todos os dias. O povo em geral estava agradecido. Mas, o mal, a ambição , sempre existiram. Aí chegaram integrantes da oposição, que até nesse reinado era permitida pois era democrático, e começaram a falar que a ajuda recebida era esmola, compra de votos. Aí o rei pensou: -Se nada dou reclamam e passam fome. Se dou, porque sou interesseiro, O que devo fazer então?Aí sua conselheira D´alma lhe disse: Meu rei, a oposição nunca estará contente, não adianta o que o Sr. faça. Guie-se pela sua consciência e deixe os outros falarem. –Mas D´Alma, o que será que eles querem? –A oposição? Derruba-lo, meu senhor, só isso derruba-lo e ocupar o seu lugar, nada mais.
-Eles são melhores do que eu? –Não meu senhor, a historia já provou que não, a cobiça que é maior.
-Bem vou chamar a minha conselheira de assuntos aleatórios para ver o que está acontecendo.-Phatima!!!-Pois não sua majestade –Quero saber o que acontece lá fora.-É um tal de serrote que está incomodando a população, diz que vai derrubá-lo, serrar tudo que existe.-Oh meu Deus, isto já esta me deixando com dor de cabeça, olha Phatima vai na pharmacia e vê um remédio. Você acha que nós phodemos com ele Phatima?-Sim meu senhor nós phodemos com ele. –Ainda bem

O ARCANJO E O ZÉ MANE

Para mim, a mímica está associada à poesia da alma, através dela, reinvento meu caminho e descubro, a cada momento, a razão de minha existência.A Mímica é uma arte que flui da alegria e de um desejo imenso de ajudar a construir um mundo melhor. É preciso acreditar na utopia e a mímica é a arte que reinventa e reorganiza o mundo.

O Império do Silêncio!
Mímica é um delicioso jeito de contar histórias utilizando elementos que preenchem a cena com harmonia e irreverência. Antonin Artaud, Bob Wilson, Gerald Thomas, Antunes Filho e outros grandes encenadores modernos, por não subestimarem a mímica como parte de suas linguagens, tornaram-se arautos do teatro moderno, respeitados e imitados por muitos fãs no mundo inteiro.
O segredo desses mestres, foi a revolução que buscaram fazer no corpo do ator, respeitando principalmente sua gestualidade. Quando o gesto do ator é cuidadoso, seu trabalho ganha força nos palcos.
Na década de 90 sente-se no ar que algo está para acontecer na arte do gesto. A maioria dos mímicos que vieram no rastro de Marcel Marceau sentem a necessidade de se reciclarem e estão descobrindo a complexidade desta arte que, paradoxalmente, é amiga íntima da simplicidade!
O panorama confuso que paira sobre nós é notório como em todas as profissões, a revolução da "era da informática" desmistificou a imagem do mestre como o provedor de todo conhecimento. Está claro que só é mestre quem sabe que não sabe o suficiente e precisa aprender mais. O maior exemplo disso é o incansável Etiénne Decroux, que viveu 92 anos pesquisando a mímica e deixou o embrião de uma arte que ainda tem muito que amadurecer.
Diante deste emaranhado de idéias e especulações que surgem na "nossa arte" do gesto só é possível concluir que: os atores gestuais, sejam eles mímicos, clowns, brincantes, essenciais, atores de máscaras e outros gêneros são, na verdade, a gênese de um novo tempo, de uma outra forma de teatro que não será mais o império do silêncio, tão pouco, o da palavra.

FILME MUDO – MÍMICA

Em certo dia o Zé Mane desce do morro chutando latas, cumprimentando vizinhos, jogando bola com a molecada, trocando alguns passes, em fim, um cara bem humorado, de bem com a vida, um pobre conformado com a realidade.
Ele se depara em certo lugar com a imagem de um homem-estátua fantasiado de Arcanjo imobilizado esperando caixinha do público. Têm na frente uma placa escrita ARCANJO e uma latinha para o dinheiro. Com muita dificuldade aparece uma menininha para lhe dar uma esmola. Depois de algum tempo aparece um menino com outra moeda, antes disso o Arcanjo já está impaciente pelo pouco dinheiro que arrecadou e dissimuladamente olha para o relógio de pulso.
Quando o segundo menino deixa uma moeda, ele se contorce todo em agradecimento e sem querer cai do palanque machucando uma perna o que o impossibilita de voltar a assumir.
Aí se apresenta o Zé Mane que estava observando a cena, fica comovido e vai ajudar o Arcanjo a se recuperar.
Então percebe que não dá para ele ficar mais em pé mesmo tentando algumas vezes.
E se oferece para ficar no lugar dele para assumir o seu papel. No começo o Arcanjo no aceita mas o cara insiste tanto que acaba concordando e o veste com a sua roupa indicando claramente que tem que ficar imóvel. Ele olha para a latinha e repara que só tem duas moedas e vai descansar num canto da rua.
Ao pouco tempo aparece o Arcanjo e vê o conhecido todo louco dançando sem parar em cima do pedestal que nem um roqueiro, e fica furioso grita com ele, manda descer, dá muita bronca e manda ele embora. De imediato o Arcanjo verdadeiro olha para a latinha e vê que está cheia de moedas e algumas notas de papel. Então ele fica perplexo e arrependido e o chama de volta para retomar o lugar. Aí o colega não aceita, diz que não quer mais, foi xingado, está magoado e não quer nada. O Arcanjo então implora, se ajoelha, mas nada d´ outro voltar. O Arcanjo fica cabeça baixa observando o Zé Mane indo embora. Numa outra cena aparecem dizeres com a escrita: UM TEMPO DEPOIS e mostra um clube noturno, a câmera se aproximando mostra quem está na portaria bem vestido com uniforme de gala e rindo à toa é o Zé Mane.
A imagem vai entrando no clube até chegar no palco. Aí tem uma banda de rock tocando e de repente entra em cena o Arcanjo muito louco balançando o corpo e os cabelos, (CLOSE no rosto dele) quando a câmera se afasta um poço aparece uma faixa escrita acima dele, e não vista antes (por problema de foco) com os dizeres:
ARCANJO´S ROCK.

Moral da história, o Zé Mane, homem simples e humilde (por que não dizer, desempregado) ensinou o caminho ao colega, a forma certa de ganhar a vida e foi retribuído com um emprego de porteiro.
Acompanhamos a simbologia de que o bem se paga com bem.
29/11/2007 Enrique Andrés – Roteirista

Frases que nós odiamos ouvir

1. A descarga não está funcionando! (O dono da casa avisando quando já é tarde demais)
2. Aceita ticket?
3. Bem, amigos da Rede Globo.
4. Bom dia, estamos entrando em contato para verificar se o senhor não vai estar querendo…
5. Cabe mais um?
6. César Maia diz que a violência no Rio está sob controle. (De quem?)
7. Como você cresceu?!! (Tiazona chata)
8. Compre já o seu carro ou casa pagando apenas 4,00 por dia!
9. Domingo, domingo, Legal!!!
10. Espera aí que vou ver se consigo troco. (E o carro lá em frente ao ponto de ônibus)
11. Está lotado!
12. Estou grávida! (Ui!!!)
13. Gasolina sobe …% amanhã (Vale pra gás, luz, água, telefone)
14. Hoje não estou a fim.
15. Ihuuuu, radical. (Dita pela Xuxa)
16. Já estou fechando. (Quando se está seco para tomar a saideira)
17. Mais 3 dias internado e você ficará novo!
18. Me busca na rodoviária domingo, às 23:50h? (Tiazona chata e solteirona)
19. Me empresta 100 mangos até semana que vem? (Cunhado cara-de-pau que já te deve 763,00 há mais de ano)
20. Me liga outro dia, tá? (Nem adianta ligar)
21. Meu filho pode ficar na sua casa por uma semana?
22. Meu sonho é me tornar apresentadora de programas infantis.
23. Minha família quer te conhecer.
24. Muito querido na vida pessoal, tanto quanto na profissional.
25. Não aceitamos cheques. (Sem um tostão na carteira)
26. Não posso sair com você hoje, tenho um compromisso. (Dor-de-corno)
27. Nunca antes, na história deste país…
28. O HD do seu computador queimou, mas acho que não foi só ele.
29. O Jornal Nacional será interrompido por 20 minutos para o Horário Eleitoral Gratuito.
30. Obrigado pela licença que você nos concede em entrar na sua casa.
31. Oh loco meu!!!
32. Paga hoje que na próxima eu compenso.
33. Pode ir lá em casa de 2 em 2 dias alimentar o cão e os peixes?
34. Pode ligar daqui a 10 minutos? (Em dez minutos ninguem atenderá)
35. Posso passar na sua frente, é só um volume.
36. Posso te dar o troco em balas?
37. Posso tomar conta do carro, doutor? (Ou cuida ou risca)
38. Quanto custou?
39. Rubinho está lento na pista!
40. Segura o cheque mais 30 dias? Os juros te pago depois.
41. Seu cartão não foi aceito. (Na frente de amigos ou namorada)
42. Seu pneu está murcho. (antes de um pé d’água)
43. Seu saldo é insuficiente.
44. Seus créditos são insuficientes para completar essa ligação.
45. Só estou dando uma olhadinha. (Pobre na loja)
46. Só quero ser sua amiga. (E você de olho na gostosona)
47. Só tem Skol
.48. Só tenho 5 paus. (na hora de rachar a conta de 73,00).
49. Sou muito amiga da sua irmã. (Gostosona que não pode saber que você é noivo)
50. Tá ligado?
51. Tá sozinho aí, posso sentar contigo? (dita em geral por homem/chato/filão/tagarela/bebum Sim, você jogou pedra na cruz)
52. Tem troco pra 100,00?
53. Tenham todos um ótimo final de domingo.
54. Tô precisando de um favor seu!
55. Vende fiado?
56. Você bebe, heim?
57. Você engordou? (amigo mala que não te vê há muito tempo)
58. Você poderia ser o padrinho de uma das crianças da LBV?
59. Você se importa que eu fume?
60. Vou tomar só um copinho da sua cerveja, posso?

Amarildo, o último dos otimistas.

Em 11/10/07 tive a intenção de me iniciar como escritor de Contos
Bem, é o início, sejam tolerantes. Poderia ser pior (será?)



Conto
A hilária vida de Amarildo sempre foi engraçada, cheia de anedotas, vivia num mar de azares, mas nem por isso perdia a compostura, a sua fé e o seu otimismo, foi um modelo a ser seguido.
Ele nunca esteve deprimido, dizia que sempre viria um amanhã melhor, e não é que ele acreditava mesmo nisso?
Algo vetusto no seu comportamento, obedecendo ao formato rígido dos seus progenitores. Mesmo assim não parava de encorajar os outros.
Conta a sua filha Jacinta, que quando pequena uma vez o acompanhou ao estádio Pacaembu para ver uma final de campeonato, um clássico São Paulo e Corinthians quando no meio do jogo o seu pai foi sorteado pela infeliz escolha de uma pomba que decidiu defecar encima da cabeça do azarado Amarildo. Jacinta diz que comentou:- Pai, com cinqüenta mil espectadores, vinte e dois jogadores, quatro bandeirinhas, um juiz e a pomba veio a fazer cocô bem na sua cabeça? Aí foi que Amarildo demonstrando toda a sua maturidade emocional e mantendo a máxima calma e compostura possível nessa ridícula situação, respondeu a sua filha:- Veja bem Jacinta, eu sou um homem tremendamente afortunado. Você faz uma idéia do que teria acontecido se as vacas voassem?
Sem dúvida que o seu entusiasmo para resolver os problemas era contagiante.
Agora o seu fim foi trágico, quem sabe foi da forma que ele sempre tinha preferido, rápida e indolor.
Com sessenta e cinco anos nas costas, onde foi dez anos cabo do exército, máximo galardão que conseguiu na vida, funcionário dos correios o restante. Sempre mamando em conta-gotas das tetas do estado.
Uma quinta feira viu um anúncio que precisavam porteiro/office-boy aposentado, obviamente para não pagar condução, e tomou uma decisão, no outro dia sairia cedo de casa para tentar esse emprego. Enfim, engordar uma mísera aposentadoria que só dava pra remédios seria ótimo, quem sabe daria para tomar as suas cervejinhas e pagar a vista.
Sexta feira sete da manhã Amarildo sai correndo de casa só com um café mal tomado, seu terno vinte único Calvin Caca-Klain e chapéu panamá, herança do seu avô, entra no seu fusca mil novecentos setenta e algo, quatro pneus careca como bunda de nenê, cor indefinida, e sai voando a trinta quilômetros por hora. A lataria era idêntica aos daqueles carros do Iraque quando detonados por um suicida, mas ele tinha que arriscar, se aparece-se um bem-te-vi o caso era resolver no gogó. No meio do caminho estoura o pneu dianteiro, começa ziguezaguear , com as lonas dos freios no osso, quem ajuda mesmo a parar rápido e uma árvore centenária. Resultado: o pára-choque dianteiro foi pras cucuias, a lataria parece que ficou melhor do que estava antes e por sorte nenhum ferimento. Amarildo desce do carro e quando põe o pé esquerdo no chão apóia suavemente em algo macio, como um tapete persa, mas muito mal cheiroso. Era o serviço de algum cachorrão que na falta de um dono educado deixou na calçada a sua assinatura, a sua marca registrada em forma de uma montanha de estrume. Observa atento Amarildo àquele sapato que há quinze anos lhe acompanha sempre seminovo, só utilizado para ocasiões especiais, que mudou repentinamente de cor e de cheiro. Ficou algo parecido com Aromas do Pântano ou Essência do Necrotério, algo espantoso. Mesmo assim não se incomoda, pensa: pelo menos o outro sapato está em bom estado. Sem macaco para auxiliá-lo nem estepe, já viram esses apetrechos num fusca velho? Decide continuar o resto do caminho a pé. Não antes de passar por debaixo da escada de um pintor que lhe joga umas gotas de látex amarelo. Amarildo olha pro terno e não desanima, pensa que um terno roxo com pingos amarelos dá um tom diferente, mais moderno e vai em frente. Chegando à rua onde estaria seu possível emprego, Amarildo repara que deixou o papel com o número da rua em outra calça. Não tem jeito, fica rodando que nem cego na feira até desistir e rumar de volta pra casa a pé. Chegando à sua rua, cansado, mas não derrotado, pois nada desanima esse lutador, passa no empório do Juvenal, seu velho amigo e vizinho que morava no décimo andar no seu mesmo prédio. Pede uma cerveja gelada e enquanto a degusta, Juvenal estende o braço em sua direção e lhe mostra uma velha conta pendurada pela família dele de noventa e sete reais. Amarildo com toda a tranqüilidade do mundo, manchado de tinta, fedendo horrores, pede calma para Juvenal. Isto se solucionará logo mais com o novo emprego, lhe disse.
Chegando em casa a sua mulher abre a porta, pois ele não carrega chaves. Ela o proibiu muitos anos atrás quando ele chegou um dia mais cedo e encontrou-a com um estranho em atitude suspeita, que a muito custo ele teve que engolir que este cara era o seu professor de yoga. Nunca ficou bem esclarecido por que estavam quase sem roupas, mas Amarildo sempre achou que quem ama de verdade deseja o bem do seu conjugue e assim ficou conformado.
Ele pensava:- Alguém viu? Alguém comentou? Não? Então corna é a mãe, não eu. Numa exclamação de felicidade a sua mulherzinha lhe disse:- Adivinha quem veio para ficar o fim de semana em casa? A sua querida sogra!
Amarildo, que preferia levar a vida de Prometeu tendo as suas vísceras devoradas por um corvo gigante diariamente, antes que passar um fim de semana com a sogra, que opinava que seria melhor atravessar os três oceanos a nado do que passear com ela, que afirmava que elevador para o além pra sogra só tinha uma direção: para baixo, deu um sorriso amarelo disfarçado emitindo um som gutural inaudível: - Que bom né?
Fora que já tiveram briga feia quando afirmara tempos atrás que preferia passar vinte e cinco anos debaixo de uma pedra do que escutar dez minutos a voz da sogra.
-Mas que fedentina é essa? Interrogou a sua mulher, - Vai tomar um banho e se perfumar homem de Deus!
Assim feito, resignado e inconsolado Amarildo aproveita depois do banho e sai na sacada pra secar o cabelo no seu vigésimo quinto andar, um “apertamento” alugado por sua filha Jacinta para os pais e o Fido um cãozinho de estimação. Aproveita para respirar o límpido ar das alturas da zona leste de São Paulo.
Encostado de barriga na sacada não percebe a aproximação da sogra que de pronto aparece e exclama a toda voz: - OI AMARILDO!!
Pronto! Isto foi o suficiente para derrubar o coitado da sacada e submergi-lo no espaço.
Ninguém nunca saberá a verdade se ele caiu ou se jogou de propósito.
Só sabemos pelo seu Juvenal, que casualmente estava na sacada nesse trágico instante e viu o infeliz descendo a duzentos quilômetros por hora.
Ainda o Juvenal mão de vaca e insensível, vendo seu amigo se precipitar para uma morte certa, no puro instinto comercial ele esticou o braço com um papel na mão dizendo rapidamente:- Amarildo, a tua conta ô! Que ouve?
Ele contou depois que só ouviu uma rápida frase dizendo: - Por enquanto está tudo beeeeeeem! Pobre Amarildo, otimista até na hora de sua morte, Amém.